A multidão da 27ª Parada do Orgulho LGBT tomou conta da Avenida Paulista, no coração da cidade, desde a manhã ensolarada deste domingo (11). Enrolados nas bandeiras do arco-íris, fantasiados ou exibindo visuais chamativos, o público mostrou sua alegria. Nos trios elétricos que descem a Rua da Consolação em direção ao centro da cidade, artistas como Pabllo Vittar, Daniela Mercury e Mc Soffia se apresentaram.
Nesta edição, a parada concentra seus esforços na luta por políticas públicas que abranjam plenamente a comunidade LGBTQIA+. O manifesto deste ano enfatiza que a maioria dos planos, programas, projetos, serviços e benefícios são, de maneira dissimulada, direcionados apenas para famílias e indivíduos cisgêneros e heterossexuais.
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Celebrando a união
O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio de Almeida, que desfilou no primeiro trio elétrico, afirmou que a parada busca unir a sociedade brasileira e garantir direitos para todas as pessoas. Ele ressaltou que essa não é uma celebração da divisão, mas sim uma celebração da união. É uma oportunidade para mostrar que os brasileiros são diversos e pertencem ao nosso país, merecendo a proteção do Estado brasileiro.
A secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, defendeu a presença do governo federal ao lado dessa população, comprometendo-se a construir políticas sociais que ajudem a mudar essa realidade. Ela enfatizou que a parada é um momento de luta contra uma narrativa que nos prejudica, que nos diz que devemos sentir vergonha de ser quem somos. Por isso, é essencial afirmarmos nosso orgulho em ser quem somos.
Luta e festa
No bloco de abertura da parada, estão as famílias de crianças intersexo. Taís Emília, uma das fundadoras de uma associação para trazer visibilidade a esse tema, explica que essas crianças nascem com variações nas características cromossômicas, anatômicas, hormonais e fenotípicas em relação ao sexo biológico. Ela relembra sua própria luta ao ter um bebê intersexo, que ficou sem registro civil por não se encaixar na definição de menino ou menina. Essas famílias estão determinadas a enfrentar esse desafio.
Caroline Socodolski, natural de Curitiba, frequenta a parada desde 2014 e esta é sua segunda participação no evento na capital paulista. “Além de estar aqui para marcar presença e ser mais uma para dar volume, mostrar que somos presentes na sociedade, que existimos, eu também estou aqui para me divertir”, resume a moça que trabalha em uma agência de turismo.
A drag queen Cristina está em São Paulo há menos tempo ainda, vinda do Chile faz dois meses. “Eu estou gostando demais”, diz sobre a sua experiência no Brasil. Há muita felicidade hoje aqui e muita resistência das pessoas LGBTQIA+. E a comunidade inteira hoje está em festa.”
*Com informações da Agência Brasil