O 7 de Setembro foi marcado por manifestações políticas em São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais, com atos organizados por movimentos da direita em defesa da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Ato na Avenida Paulista
Na capital paulista, milhares de pessoas se reuniram na Avenida Paulista para assistir a discursos de líderes políticos e religiosos. Entre os principais nomes estavam o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o pastor Silas Malafaia e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Tarcísio classificou a atuação de Moraes como “tirania” e defendeu anistia ampla:
“O que eles têm é uma única delação mudada seis vezes em três dias, sob coação. Não se pode destruir a democracia sob o pretexto de resgatá-la”.
Malafaia falou em “injustiça” contra Bolsonaro e criticou abusos do STF. Ele relembrou a apreensão de seus cadernos de oração em operação autorizada por Moraes no fim de agosto. Michelle Bolsonaro encerrou os discursos com falas religiosas e relatos sobre a rotina do marido, que, segundo ela, vive sob “vigilância desproporcional”.
Manifestações no Rio de Janeiro
Em Copacabana, no Rio, o ato reuniu o governador Cláudio Castro, Michelle Bolsonaro e parlamentares do PL, como Alexandre Ramagem, Eduardo Pazuello, Hélio Lopes e Clarissa Garotinho. Ramagem, réu no julgamento do STF sobre os ataques de 8 de janeiro, também defendeu anistia irrestrita.
7 de Setembro oficial em Brasília
Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, cerca de 45 mil pessoas acompanharam o desfile cívico-militar. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do presidente da Câmara, Hugo Motta, e de ministros do Executivo.
Parte do público gritou palavras de ordem como “sem anistia” e “soberania não se negocia”, em sintonia com manifestações de sindicatos e movimentos sociais no tradicional Grito dos Excluídos.
O desfile oficial teve como tema principal a soberania nacional, além de destacar a COP30, que será realizada em Belém (PA), e o Novo PAC. Em pronunciamento em rede nacional, Lula chamou de “traidores da pátria” os que trabalham contra o Brasil.
Contexto internacional e julgamento no STF
As comemorações deste ano ocorrem em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, após o presidente norte-americano Donald Trump impor tarifas comerciais contra produtos brasileiros em apoio a Bolsonaro.
O ex-presidente é julgado pelo STF por tentativa de golpe e abolição do Estado Democrático de Direito. O julgamento deve ser concluído nesta semana.
______
*Com informações: Agência Brasil