A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (29) que irá substituir as empresas Transwolff e UPBus na concessão de linhas de ônibus da capital. As companhias operam sob intervenção da empresa municipal SPTrans desde abril de 2023, após uma operação policial apontar indícios de envolvimento de seus diretores com o crime organizado.
A decisão foi tomada após a operação “Fim da Linha”, realizada pela Polícia Civil no ano passado, que levou à prisão de 18 diretores das empresas por suspeita de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e envolvimento em lavagem de dinheiro.
As linhas operadas por Transwolff e UPBus atendem cerca de 650 mil passageiros por dia, e as empresas receberam aproximadamente R$ 800 milhões da Prefeitura ao longo de 2023. Apesar do anúncio da substituição, o município ainda não definiu um prazo para a transição completa das empresas e afirma que o serviço seguirá sendo prestado sem interrupções.
Histórico de irregularidades e intervenção municipal
As empresas Transwolff e UPBus são responsáveis por uma parte significativa do transporte público na cidade, operando diversas linhas na zona sul de São Paulo. No entanto, as denúncias sobre suas irregularidades vinham sendo investigadas há anos.
A operação “Fim da Linha”, deflagrada em abril de 2023, revelou um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo diretores das empresas e membros do PCC. Diante disso, a Prefeitura determinou a intervenção da SPTrans, que passou a gerenciar as operações de forma direta.
Mesmo com a intervenção, as empresas continuaram operando e recebendo repasses milionários da administração municipal. A decisão anunciada agora sinaliza que a Prefeitura pretende romper definitivamente os contratos e buscar novos operadores para as linhas afetadas.
Impacto para os passageiros
A mudança na gestão das linhas preocupa os usuários do transporte público, já que as empresas atendem centenas de milhares de passageiros diariamente. No entanto, a Prefeitura garantiu que o serviço não será interrompido e que a transição será feita de forma planejada para evitar prejuízos à população.
Ainda não há detalhes sobre quais empresas poderão assumir as linhas atualmente concedidas à Transwolff e à UPBus, nem sobre o modelo de contratação que será adotado. A expectativa é de que a Prefeitura apresente um plano detalhado nos próximos dias.
O que diz a Prefeitura?
Apesar de não estabelecer um prazo para a substituição completa das empresas, a gestão municipal reafirmou o compromisso de manter a qualidade do transporte público e garantir que os passageiros não sejam impactados negativamente pela transição.
A administração também destacou que a decisão faz parte de um esforço para melhorar a transparência e a segurança no setor de transporte coletivo da capital.
Próximos passos
Com o anúncio da substituição das empresas, a Prefeitura deve agora definir como será feita a transição e quais empresas irão assumir as operações das linhas afetadas. Além disso, novas investigações podem surgir para aprofundar o entendimento sobre o esquema criminoso revelado na operação “Fim da Linha”.
A Prefeitura ainda não divulgou informações sobre possíveis sanções às empresas ou a execução de multas contratuais pelo envolvimento das concessionárias com atividades ilegais.