A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro confirmou um caso de sarampo em um menino de 6 anos, morador de Itaboraí. A criança apresentou os primeiros sintomas em outubro de 2024, e a infecção foi confirmada após exames laboratoriais. Apesar do diagnóstico, as autoridades descartaram a possibilidade de surto, pois não houve outros registros da doença na cidade nos últimos quatro meses.
O menino havia recebido as duas doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. No entanto, especialistas apontam que cerca de 2% das pessoas vacinadas podem não desenvolver imunidade devido a características do próprio organismo.
Medidas de controle e prevenção
A investigação epidemiológica não identificou a origem da infecção, pois a criança não tinha histórico recente de viagem nem contato com casos suspeitos. Para evitar a disseminação da doença, o paciente foi colocado em isolamento e todas as pessoas com quem teve contato receberam a vacina de emergência. Equipes de vigilância sanitária também monitoraram a comunidade.
A médica Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, destacou que o caso reforça a importância da alta cobertura vacinal. “Por isso, a gente precisa de alta cobertura. Quando se tem a cobertura almejada, que é de pelo menos 95% da população, protege-se indiretamente essas pessoas”, afirmou.
Apesar da infecção, a especialista explicou que a vacinação evitou a transmissão da doença. “Não houve transmissão para outras pessoas, não houve nenhum caso secundário identificado, o que é sinal de boa cobertura vacinal”, disse.
Situação da vacinação no Brasil
A vacina tríplice viral é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e faz parte do calendário nacional de imunização. A primeira dose é aplicada aos 12 meses de idade e a segunda, aos 15 meses. Pessoas mais velhas que não tenham sido imunizadas também devem receber a vacina, que só é contraindicada para gestantes.
Atualmente, o Brasil tem uma cobertura vacinal de 95% na primeira dose, mas a adesão à segunda dose cai para 81,09%, abaixo do ideal para garantir proteção coletiva. Essa queda preocupa especialistas, pois deixa parte da população vulnerável ao vírus.
Status do sarampo no Brasil
O Brasil reconquistou, em 2023, o status de país livre do sarampo, após enfrentar surtos da doença nos anos anteriores. Em 2024, foram notificados 207 casos suspeitos no Rio de Janeiro, dos quais 205 foram descartados, um foi confirmado e outro segue em investigação. Já em 2025, cinco casos estão sob análise e oito já foram descartados.
Como não houve transmissão secundária, o caso isolado não compromete o status de eliminação do sarampo no Brasil. No entanto, a Secretaria Estadual de Saúde emitiu um alerta para os municípios, reforçando a necessidade de notificação imediata de novos casos suspeitos.
Sintomas e riscos do sarampo
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida pelo ar por meio de gotículas respiratórias expelidas ao tossir, espirrar ou falar. Uma única pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 90% das pessoas próximas que não estejam imunizadas.
Os principais sintomas incluem:
- Febre alta
- Manchas vermelhas pelo corpo
- Tosse
- Coriza
- Irritação nos olhos
A doença pode evoluir para complicações graves, como pneumonia e inflamação no cérebro, podendo levar à morte. Dessa forma, a vacinação continua sendo a principal forma de prevenção.
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Fonte: Agência Brasil