A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o presidente da COP 30, embaixador André Corrêa do Lago, a CEO e diretora-executiva da conferência, Ana Toni, o embaixador e secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, Mauricio Carvalho Lyrio, e a jovem campeã climática da Presidência da COP 30, comunicadora e ativista climática, Marcele Oliveira participaram nesta sexta-feira (20) de um briefing sobre a primeira semana da 62ª reunião dos Órgãos Subsidiários (SB 62), em Bonn, na Alemanha.
Durante o evento, Sônia Guajajara destacou a importância de a COP 30 ser um marco para o Brasil e para o mundo. “Precisamos nos organizar para que essa COP dê certo. Temos muitos desafios, mas também muitas novidades e acolhimento. O mundo vai conhecer a Amazônia como ela é: cultura, biodiversidade e, sobretudo, pessoas. E essas pessoas precisam ter seus direitos garantidos. Vamos mostrar a importância das florestas para as emergências climáticas”, afirmou.
Organizado pela LACLIMA e pela WWF-Brasil, o encontro reuniu representantes da sociedade civil para debater os avanços e desafios das negociações internacionais sobre o clima.
“É fundamental impulsionar o diálogo entre a sociedade civil, a presidência da COP 30 e o governo, porque é por esse caminho que fortalecemos o mutirão. Ele é um processo de escuta que gera ações concretas, tanto na agenda de ação, quanto na de negociação. Ter uma sala com mais de 130 representantes da sociedade civil, em toda a sua diversidade, dialogando por duas horas com a presidência da COP 30 e com o governo é muito rico e importante para que cheguemos à COP 30 com todos fazendo parte desse mutirão”, ressalta Flávia Bellaguarda, diretora executiva da LACLIMA.
O briefing aconteceu no mesmo dia da divulgação da quarta carta da presidência da COP 30 à comunidade internacional. Para o embaixador André Corrêa do Lago, a conferência em Belém (PA) representa uma oportunidade de apresentar ao mundo um Brasil diverso e engajado. “Queremos que essa COP dê certo porque ela mostra um Brasil muito corajoso. Um Brasil como ele realmente é. Muitos Brasis estarão presentes em Belém”, disse.
Os participantes do briefing também reforçaram o papel do multilateralismo como ferramenta essencial para enfrentar a crise climática e destacaram a importância do protagonismo brasileiro na condução dos debates. “O Brasil tentará exercer, da melhor maneira possível, seu papel de moderação. Precisamos do apoio da sociedade civil para que essa seja uma COP bem-sucedida e traga bons resultados”, afirmou Mauricio Carvalho Lyrio.
André Corrêa do Lago reconheceu os desafios do cenário internacional. “O objetivo central ainda não temos como responder. O contexto geopolítico está complicadíssimo — estamos vendo isso aqui em Bonn. Ainda há muitas divergências. O clima tem que se integrar na economia e nos recursos financeiros. Mas estamos muito felizes que a palavra ‘mutirão’ pegou, e estamos sendo orientados e coordenados pelo presidente Lula”, concluiu.
Programa Kuntari Katu
Durante a Conferência de Bonn (SB62), a participação indígena nas negociações climáticas internacionais ganhou reforço com a iniciativa Kuntari Katu, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério dos Povos Indígenas, com apoio da LACLIMA. O projeto tem como objetivo capacitar e acompanhar lideranças indígenas durante as rodadas de negociação, ampliando suas vozes e garantindo que suas perspectivas sejam consideradas nas decisões globais sobre o clima.
“A participação indígena na diplomacia climática é um passo decisivo para a justiça climática. Seus territórios são os mais preservados e seus conhecimentos ancestrais podem contribuir diretamente para soluções globais. Nosso papel é apoiar essas vozes e assegurar, com qualidade e consistência, o acompanhamento técnico das negociações”, destacou André Castro Santos, diretor técnico da LACLIMA e chefe da delegação da organização em Bonn.
Presente no evento, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, ressaltou a importância do momento. “É uma alegria compartilhar essa mesa e a esperança que dá para essa COP 30. Não só por acontecer no Brasil, mas porque antes a gente não tinha espaço de diálogo. É um orgulho estar aqui e ver esses avanços na ampliação das representatividades”, afirmou.
A iniciativa reflete o compromisso do Brasil em integrar a diversidade de vozes na construção de soluções climáticas globais, especialmente no caminho para a Conferência de Belém (COP 30), em 2025.
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Fonte: Pensata Comunicação
Foto: Divulgação