Por: SYLVIO COSTA/ CONGRESSO EM FOCO
Hoje o principal elo de ligação entre o ex-presidente Lula e os empresários, o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) concedeu uma longa entrevista ao jornalista Sylvio Costa, fundador do Congresso em Foco, sobre vários temas econômicos e políticos.
Ele conta como tem se aproximado do empresariado. Fala da criação de novos ministérios e dos critérios a serem usados por Lula para escolher seus ministros, em caso de vitória eleitoral. Alerta para os estragos fiscais que o presidente Jair Bolsonaro ainda pode fazer até 31 de dezembro, sobretudo se for derrotado nas urnas. Anuncia uma nova instância permanente de interlocução entre o governo e a sociedade, a exemplo do antigo “Conselhão”, para definir as principais políticas públicas. E enfatiza que “diálogo” será a pedra de toque de um eventual terceiro governo Lula.
Padilha reafirma alguns planos de Lula para a economia, como a substituição do teto de gastos por uma outra regra fiscal, a ser definida por meio de “debate com a sociedade, o Congresso Nacional e os atores econômicos”, o aumento real do salário mínimo e a elevação do auxílio emergencial, rebatizado pelo presidente Jair Bolsonaro como Auxílio Brasil.
O deputado descarta a possibilidade de uma “aventura golpista” por entender que falta apoio a Bolsonaro seja para dar um golpe de Estado, seja para impedir o reconhecimento dos resultados eleitorais. Nesse sentido, enfatizou que vários governos estrangeiros já sinalizaram a intenção de reconhecer rapidamente os resultados anunciados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como forma de inibir manifestações que ponham em dúvida a regularidade e a credibilidade das eleições.
Uma grande preocupação de Padilha e do seleto grupo de políticos e assessores que têm acesso livre a Lula é com os estragos fiscais que Bolsonaro pode perpetrar se for derrotado nas urnas. “É completamente imprevisível o que Bolsonaro vai fazer com as contas públicas até 31 de dezembro se ele perder as eleições. Ele já falou que não quer deixar o tanque do carro cheio, é frase dele”, afirma o parlamentar, que divide o tempo entre o apoio à campanha presidencial e o esforço para se reeleger.
Frequentemente encabeçando as listas de possíveis ministeriáveis que já começam a brotar em profusão nos despachos de empresas de consultoria política e na mídia, com o seu nome muitas vezes apontado como favorito para ocupar o Ministério da Economia, Alexandre Padilha desestimula qualquer especulação a respeito de escolha de ministros: “O presidente Lula é um político bastante experiente, que sabe que não se discute nada disso antes da hora. Essa decisão com certeza ele só vai tomar depois das eleições”.
Com 51 anos de idade e perto de encerrar o seu primeiro mandato de deputado federal, Padilha tem longa folha de serviços prestados ao PT. Entre outros cargos, foi ministro da Saúde de Dilma Rousseff (2011 a 2014) e secretário municipal da Saúde de São Paulo, entre 2015 e 2017, na gestão de Fernando Haddad. Médico, formado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é militante do PT há mais de 30 anos.
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Fonte: Oficina