A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil gerou forte reação no Senado Federal. Parlamentares da base governista e da oposição se manifestaram com críticas à medida, considerada inédita nas relações comerciais entre os dois países.
A Comissão de Relações Exteriores (CRE) divulgou nota oficial reafirmando o compromisso com a diplomacia e informou que mantém interlocução com a representação dos EUA no Brasil. O comunicado da Casa Branca estipula o dia 1º de agosto como início da vigência da nova tarifa.
Parlamentares destacam defesa da soberania brasileira
Líderes governistas, como Randolfe Rodrigues (PT-AP), classificaram a decisão americana como um “ataque à soberania nacional”. Já Alessandro Vieira (MDB-SE) e Eliziane Gama (PSD-MA) reforçaram que a reação do Brasil deve ser firme e unificada.
“Somos uma só nação. O Brasil superará essa adversidade como já superou outras”, declarou Randolfe.
Segundo os senadores, a resposta brasileira deve seguir os marcos do direito internacional e os canais diplomáticos.
Oposição responsabiliza governo Lula por crise com os EUA
Senadores da oposição, como Rogério Marinho (PL-RN) e Ciro Nogueira (PP-PI), responsabilizaram o governo Lula por um suposto desgaste nas relações internacionais. As críticas incluíram o apoio a regimes autoritários e declarações polêmicas do presidente brasileiro sobre a política americana.
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Eduardo Girão (Novo-CE) também citaram ações do STF e o processo contra Jair Bolsonaro como agravantes da crise.
Diplomacia e reação no Congresso são debatidas
Senadores de diferentes partidos defenderam alternativas diplomáticas e medidas legais. Otto Alencar (PSD-BA) e Eduardo Braga (MDB-AM) reforçaram a importância da moderação e da defesa da soberania nacional.
A Comissão de Relações Exteriores destacou a importância de manter abertos os canais técnicos e parlamentares com os EUA. Já a Comissão de Assuntos Econômicos, presidida por Renan Calheiros (MDB-AL), relembrou a aprovação da Lei da Reciprocidade, que autoriza retaliações comerciais proporcionais.
“O Brasil tem instrumento legal para reagir. Soberania não se negocia”, afirmou Calheiros.
Governo deve negociar antes de reagir, diz oposição no Congresso
Apesar da tensão, senadores como Izalci Lucas (PL-DF) alertaram para os riscos de retaliações precipitadas, especialmente diante da importância das importações americanas para o Brasil.
“A tarifa é ruim para ambos os lados. O governo precisa agir com competência diplomática”, avaliou.
A Comissão de Relações Exteriores concluiu nota reafirmando o compromisso com o multilateralismo e o respeito mútuo entre os países.
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*Com informações: Agência Senado
Foto: Fabio Scremin/APPA