A General Motors estendeu ontem (7) por mais 70 dias o afastamento de 751 metalúrgicos da fábrica de São Caetano. Esse grupo está há mais de dois anos em regime de lay-off, como é chamada a suspensão temporária de contrato de trabalho, e corria risco de demissão.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, o lay-off terminaria amanhã, mas agora foi prorrogado até 19 de abril. Paralelamente, a montadora pretende abrir um Programa de Demissão Voluntária (PDV).
A expectativa dos líderes dos trabalhadores é a de ganhar tempo para tentar preservar os empregos ameaçados. Por meio de nota divulgada ontem (6), o presidente do sindicato, Francisco Nunes, manifestou a intenção de prorrogar o afastamento por prazo um pouco maior, por mais três meses.
No mesmo comunicado, Nunes reconheceu o ônus da montadora com a manutenção do regime desde novembro de 2014, mas defendeu a possibilidade de os trabalhadores seguirem ocupados.
“Compreendemos que a empresa banca esses funcionários há mais de dois anos, mas não aceitamos a demissão deles. Queremos que sejam reintegrados e, caso isso não seja possível agora, que o afastamento seja prorrogado por mais três meses”, disse.
O secretário geral do sindicato, Cícero Marques da Costa, informou que, no período de prorrogação do lay-off, a comissão de negociação dos empregados vai tentar buscar uma solução para evitar as demissões em massa. “Como existe a sinalização de que, neste ano, a economia voltará a crescer, esperamos que a empresa possa absorver esses trabalhadores”, disse ele.
A unidade da GM tem cerca de 9,5 mil trabalhadores, que entrarão em férias coletivas no período de 7 a 26 de março, totalizando quase um mês sem trabalhar porque haverá “emenda” com a folga do Carnaval. Segundo Costa, a paralisação das atividades se deve a reformas estruturais que serão feitas na unidade.
Nessa fábrica são produzidos os modelos Cobalt, Spin, Montana e Onix. A montadora alega queda nas vendas para reduzir o pessoal na unidade.