A força-tarefa do Governo do Estado de São Paulo prendeu, nesta sexta-feira (10/10), um homem de 42 anos responsável por uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas adulteradas no centro de Tatuí, no interior paulista.
A operação foi conduzida pela Polícia Civil, com apoio da Vigilância Sanitária municipal, e faz parte do gabinete de crise estadual que atua no combate aos casos de contaminação por metanol.
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Durante a ação, os agentes encontraram mais de 800 garrafas vazias, diversos galões — alguns com o líquido manipulado —, além de substâncias químicas utilizadas na adulteração de bebidas destiladas.
Produção ilegal e más condições sanitárias
As investigações começaram após denúncia anônima.
No local, os policiais localizaram um adolescente de 17 anos, que confirmou trabalhar há cerca de um ano na produção, ajudando no envase e manuseio das bebidas.
O espaço funcionava sem qualquer autorização sanitária e apresentava péssimas condições de higiene, com garrafas cheias e vazias, tonéis com líquidos, corantes e pigmentos usados para disfarçar o produto adulterado.
Além das bebidas, os agentes encontraram materiais relacionados a rinhas de galos, configurando outro tipo de crime.
Prisão e apreensões
O responsável pelo esquema foi encontrado em outro endereço e confessou o crime, alegando se tratar de “produção artesanal”.
Foram apreendidos:
- 210 litros de destilados adulterados;
- 1.771 tampas, 1.252 rolhas de madeira, rótulos e pigmentos;
- 38 garrafas com bebida alcoólica pronta;
- caderno de anotações, dois celulares e equipamentos usados nas rinhas.
O homem foi preso em flagrante, enquanto o adolescente foi ouvido na presença de um responsável e liberado para responder ao processo perante a Vara da Infância e Juventude.
O caso foi registrado na Delegacia de Tatuí, com enquadramento nos crimes de:
- falsificação e adulteração de produtos destinados a consumo humano,
- corrupção de menor, e
- abuso a animais.
Gabinete de crise contra o metanol
O Governo de São Paulo instaurou em 30 de setembro um gabinete de crise para combater a contaminação por metanol em bebidas.
A força-tarefa reúne as secretarias da Saúde, Segurança Pública, Fazenda, Justiça e Desenvolvimento Econômico, além das vigilâncias sanitárias municipais.
Entre as medidas estão a interdição de estabelecimentos suspeitos, o recolhimento de bebidas para análise laboratorial e o cruzamento de dados fiscais e sanitários para rastrear a origem dos produtos adulterados.
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*Com informações: Agência SP