A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (31 de outubro de 2025) a manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1 para o mês de novembro. A decisão implica que os consumidores brasileiros continuarão a arcar com um custo adicional na conta de luz, impactando diretamente o orçamento das famílias, inclusive no Grande ABC.
Com a bandeira vermelha patamar 1 em vigor, o valor extra cobrado será de R$ 4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, o mesmo aplicado no mês de outubro.
Situação Hídrica Desfavorável Justifica a Manutenção
A decisão da Aneel reflete a persistência de um cenário desfavorável para a produção de energia hidrelétrica no país. O baixo volume de chuvas tem impactado diretamente o nível dos reservatórios, que são cruciais para o funcionamento das usinas.
A agência reguladora explicou que a manutenção do patamar mais caro é uma medida necessária para garantir a segurança do fornecimento de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN).
“O cenário segue desfavorável para a geração hidrelétrica, devido ao volume de chuvas abaixo da média e à redução nos níveis dos reservatórios. Dessa forma, para garantir o fornecimento de energia é necessário acionar usinas termelétricas, que têm custo mais elevado, justificando a manutenção da bandeira vermelha patamar 1”, informou a agência.
O acionamento das usinas termelétricas é a estratégia adotada para suprir o déficit de geração das hidrelétricas, mas eleva o custo final para o consumidor devido ao uso de combustíveis fósseis, como óleo e gás.
H3: Comparativo de Custos e Fontes de Energia
A tarifa aplicada em novembro, embora ainda salgada, representa um alívio em comparação ao cenário vivido em agosto e setembro, quando a Aneel havia acionado a bandeira vermelha patamar 2.
- Bandeira Vermelha Patamar 2 (Agosto e Setembro): Adicional de R$ 7,87 por 100 kWh.
- Bandeira Vermelha Patamar 1 (Outubro e Novembro): Adicional de R$ 4,46 por 100 kWh.
A Aneel também abordou a questão das fontes alternativas de energia, como a solar. A agência reguladora enfatizou que, embora importantes, essas fontes são “intermitentes” e não injetam energia no sistema de forma contínua, o que exige o uso das térmicas.
“A fonte solar de geração é intermitente e não injeta energia para o sistema o dia inteiro. Por essa razão, é necessário o acionamento das termelétricas para garantir a geração de energia quando não há iluminação solar, inclusive no horário de ponta”, acrescentou a Aneel.
Essa dependência das termelétricas, especialmente nos horários de pico de consumo, sustenta a necessidade da cobrança adicional.
H3: Entenda o Sistema de Bandeiras Tarifárias
Criado pela Aneel em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias tem como função sinalizar aos consumidores o custo real de geração de energia no país. As cores indicam as condições do SIN:
- Bandeira Verde: Não há nenhum acréscimo na conta. Indica condições favoráveis de geração.
- Bandeira Amarela ou Vermelha (Patamar 1 ou 2): A conta sofre acréscimos a cada 100 kWh consumidos. Indica que o custo de geração está mais elevado.
O sistema atua como um termômetro que transfere, de forma transparente, o custo extra de operar usinas mais caras para manter o fornecimento, incentivando a população a economizar em períodos de crise hídrica.
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*Com informações: Agência Brasil
