Município que está inserido na Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia Hidrográfica do Reservatório Billings (APRM-B), São Bernardo tem adotado medidas para promover a recuperação e garantir a preservação do meio ambiente e da água deste importante reservatório, responsável pelo abastecimento de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas, da cidade e de outros municípios. A mais recente ação foi o início do Plano de Sinalização e Identificação Visual da represa, que consiste na instalação de placas para demarcar áreas que são de preservação.
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Com cerca de 54% de seu território – o equivalente a aproximadamente 219 quilômetros quadrados – dentro da APRM-B, São Bernardo iniciou ações de reforço para proteção à represa e do seu entorno, que abriga nascentes e corpos d’água que mantêm a Billings ‘viva’ e com capacidade de fornecer água à população. A represa, inclusive, se espalha por 76 km², ou seja, ocupa 19% da área total do município.
Diante do propósito de ampliar trabalho para conscientizar a população sobre o significado da preservação da Billings e de seus afluentes, a Prefeitura concluiu em junho, Mês do Meio Ambiente, a primeira etapa do Plano de Sinalização e Identificação Visual, com a instalação de 52 placas toponímicas (que têm a função de denominar, referenciar e distinguir um espaço geográfico concreto). Também distribuídas estrategicamente pelo território de São Bernardo, serão colocadas outras 13 placas de maior dimensão que ainda estão na fase de confecção, totalizando 65.
A iniciativa é resultado de uma ação conjunta entre o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, com recursos provenientes do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro). O objetivo da medida é reforçar a identificação das áreas de mananciais protegidas, promovendo o reconhecimento territorial e a valorização ambiental.
As placas serão posicionadas para que a população local e pessoas que circulam pela região possam identificar os limites das áreas de proteção, o que vai colaborar para fortalecer a conscientização sobre a importância da preservação da Billings, fundamental para o abastecimento de água para mais de 1,5 milhão de pessoas e a manutenção dos ecossistemas.
A Billings é considerada um dos principais mananciais de abastecimento público da Região Metropolitana de São Paulo. Isso significa que uma parte importante da água que chega às casas, escolas, hospitais, indústrias e comércios vem justamente deste reservatório. Não por acaso, a preservação das áreas de manancial é essencial. Quando o entorno da represa é bem cuidado — com proteção da vegetação, controle da ocupação urbana e prevenção da poluição —, é possível garantir a qualidade da água, reduzir custos de tratamento e manter o equilíbrio ambiental.
“É importante lembrar que a ocupação do território dentro da área de manancial deve ser controlada, de forma que os usos sejam compatíveis com a preservação ambiental. Isso quer dizer que o desenvolvimento urbano precisa acontecer com responsabilidade, respeitando os limites ambientais para que a qualidade da água do reservatório seja mantida e continue a atender à população por muitos anos”, frisou a engenheira ambiental urbana e diretora de Licenciamento e Avaliação Ambiental da Prefeitura, Thami Izumi da Cruz.
Além de São Bernardo, a Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia Hidrográfica do Reservatório Billings (APRM-B) abrange os municípios de São Paulo, Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
REPRESA – A construção da Billings começou em 1925 e inicialmente foi planejada para aumentar a capacidade de produção de energia da Usina Henry Borden, localizada aos pés da Serra do Mar, para atender à crescente demanda do polo industrial da Baixada Santista, sobretudo na região de Cubatão, cidade onde está a usina. A inundação da represa ocorreu em 1927 e definiria, no futuro, como Área de Proteção Ambiental, 53% do território de São Bernardo, entre lâmina d´água e terras com lei de uso e ocupação do solo específicos para a proteção do manancial.
São cerca de 76 km² ocupados só pelo espelho d´água do reservatório, quase 19% da área total do município. Entretanto, a água da Billings apenas passaria a ser utilizada para abastecimento da população a partir de 1958, quando o crescimento populacional do Grande ABC, principalmente no rastro do desenvolvimento industrial, com destaque para a chegada de montadoras de veículos e metalúrgicas voltadas à produção de autopeças.
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Fonte: PMSBC – Texto: Wilson Moço/PMSBC
Foto: Divulgação/PMSBC