Aconteceu, neste domingo (29), mais uma edição do concurso Miss Universo, que levou 82 candidatas a disputarem o título de mulher mais bela do planeta. No entanto, em um mundo em que cada vez mais mulheres lutam pela igualdade de direitos, ainda faz sentido existir concursos deste tipo? Na Argentina, há um movimento surgindo contra este tipo de evento. Os motivos incluem a preocupação com a violência de gênero e os questionamentos sobre os tradicionais padrões de beleza. Vale ainda lembrar que o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que foi acusado por fazer comentários machistas, era dono do evento. O que diz muito.
Abaixo, leia o que mulheres que lutam pelos direitos iguais e figuras do mercado da moda pensam sobre o evento:
É preciso respeitar a trajetória e o trabalho de cada moça ali. Porém, é insano defender um concurso de beleza, com exigências precisas de medidas e comportamento. Nenhuma mulher deveria depender de um padrão de beleza para se sentir feliz e aceita.
Raissa Santanta [candidata brasileira] foi doce ao dizer, em uma entrevista que foi ao ar antes da cerimônia, que deseja ser uma forma de representatividade para as meninas negras do Brasil. E não podemos jogar nos ombros da modelo a obrigação de erguer uma bandeira política. Mas vale lembrar que ser uma mulher negra representante da beleza tem seus limites.
Temos o exemplo da ex-globeleza Nayara Justino, substituída por ser ‘negra demais’, com sua pele bem escura e cabelo crespo. Representatividade não pode significar ter que se adequar a um modelo de beleza. E o concurso de miss mostra que é importante você ser você mesma, mas apenas se você for magra e alta…”
Gabriela Moura, co-autora do livro “#MeuAmigoSecreto: Feminismo Além das Redes” e integrante do coletivo Não Me Kahlo.
Fonte: UOL