A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) emitiu um alerta direcionado aos serviços de saúde, autoridades portuárias e viajantes diante do aumento do risco de reintrodução do sarampo durante a temporada de cruzeiros marítimos 2025/2026 no litoral paulista. A medida leva em consideração a circulação internacional do vírus e o crescimento do fluxo de passageiros e tripulantes de diferentes países que utilizam os portos do estado como ponto de embarque e desembarque.
A temporada de cruzeiros teve início em 26 de outubro de 2025 e segue até 19 de abril de 2026. Segundo dados da CLIA Brasil, a expectativa é que mais de 670 mil viajantes participem de roteiros marítimos pelo país neste período, o que amplia o risco de introdução de doenças infecciosas eliminadas ou controladas no território nacional.
Contexto nacional e situação epidemiológica
Em 2024, o Brasil voltou a conquistar a certificação de eliminação do sarampo. No entanto, o cenário internacional e o aumento da circulação de pessoas reacenderam o alerta das autoridades sanitárias. Somente em 2025, já foram registrados 38 casos importados ou relacionados à importação no país, incluindo dois casos confirmados no estado de São Paulo até dezembro.
Atualmente, há surtos ativos de sarampo em diversas regiões do mundo, o que exige vigilância permanente por parte dos sistemas de saúde e atenção redobrada em locais com grande concentração de pessoas, como aeroportos, portos e navios de cruzeiro.
O que é o sarampo e por que preocupa
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, transmitida pelo ar por meio de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar. Ambientes fechados, com pouca ventilação e grande circulação de pessoas — como navios de cruzeiro — favorecem a disseminação do vírus.
Os principais sintomas incluem:
- Febre alta
- Tosse
- Coriza
- Conjuntivite
- Manchas avermelhadas na pele
Esses sinais costumam surgir entre sete e 14 dias após a exposição ao vírus.
Orientações para viajantes e população em geral
A SES-SP orienta que pessoas que planejam viajar, inclusive em cruzeiros marítimos ou participar de eventos de grande porte, verifiquem a caderneta de vacinação e garantam o esquema completo da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), preferencialmente com pelo menos 15 dias de antecedência da viagem. A imunização é considerada a principal forma de prevenção da doença.
Além da vacinação, a Secretaria reforça a importância de medidas preventivas durante as viagens:
- Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
- Lavar as mãos com frequência com água e sabão ou utilizar álcool em gel;
- Evitar compartilhar copos, talheres e alimentos;
- Não levar as mãos à boca ou aos olhos;
- Evitar aglomerações ou ambientes pouco ventilados;
- Manter os locais frequentados limpos e arejados;
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
Atenção aos sintomas após o retorno da viagem
No retorno ao Brasil, caso surjam sintomas suspeitos até 30 dias após a viagem, como febre e manchas avermelhadas pelo corpo acompanhadas de tosse, coriza ou conjuntivite, a orientação é procurar imediatamente um serviço de saúde, informar o histórico de deslocamento e evitar a circulação em locais públicos.
Papel dos profissionais de saúde e vigilância
Para os profissionais da área, a SES-SP destaca que o sarampo é uma doença de notificação compulsória imediata. Casos suspeitos devem ser comunicados à vigilância epidemiológica em até 24 horas, permitindo a adoção rápida de medidas de bloqueio, rastreamento de contatos e prevenção de novos casos.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que segue atuando de forma integrada com os municípios — incluindo cidades do Grande ABC — e demais órgãos envolvidos, com o objetivo de proteger a população e evitar a reintrodução da doença no estado.
________
Odair Junior/ ABC Agora | *Com informações: Agência SP
