Na quarta-feira (15/10), a Reserva Parques — concessionária do Parque da Água Branca e de outros dois espaços verdes na Capital — foi ouvida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CAMDS) da Alesp. Parlamentares e sociedade civil questionaram uso do parque e o manejo de aves.
Manejo de aves: influenza aviária e controle populacional
A diretora de relações institucionais e jurídicas, Carolina Cortez, disse que as aves foram recolhidas para recintos telados em meados de 2023 devido à epidemia de influenza aviária. Segundo ela, antes disso já havia explosão populacional (mais de 2 mil aves), surtos de doenças e notificações ao parque. Um grupo de trabalho com a FMVZ/USP foi montado e um novo convênio está em articulação.
Objetivos do confinamento: reduzir mortalidade, controlar enfermidades e manter controle sanitário e populacional. “Sem previsão de soltura no momento; o plano prevê ampliar recintos e permitir interação orientada com visitantes.” (Cortez)
Críticas e defesa sobre eventos no parque
Autor do requerimento, o deputado Carlos Giannazi (PSOL) afirmou que a finalidade pública estaria sendo desviada, citando churrascaria, test-drives e festivais. A jornalista Regina Lima, do conselho de orientação do parque, questionou fumaça e ruído (relatos de >90 dB, acima de 50 dB previstos em lei, segundo ela) e apontou episódio sem alvará.
O diretor executivo da concessionária, Paulo Bernardes, defendeu curadoria temática: CasaCor nos prédios do parque e a Fazenda Churrascada, citando “história agro” do Água Branca. Disse estar aberto ao diálogo com conselho e comunidade e afirmou que, desde o início da concessão, o número de eventos caiu pela metade.
“Grandes eventos não são foco primário neste momento, embora previstos em contrato.” (Bernardes)
Próximos passos
Os deputados da comissão acertaram visita técnica ao parque em 29/10 para verificar in loco as informações. Giannazi considerou as respostas insuficientes e disse que a inspeção será “essencial”.
Projetos de proteção animal aprovados
A CAMDS também aprovou 11 projetos da pauta, entre eles:
- PL 1678/2023 – cria a Tarifa Animal, com desconto em água e saneamento para protetores independentes e entidades;
- PL 615/2025 – define como maus-tratos danos a abrigos de animais comunitários;
- PL 58/2025 – garante atendimento veterinário prioritário e assistência vitalícia a cães que serviram às forças policiais do Estado.