A mistura de bicarbonato de sódio e vinagre dentro de uma garrafa pet ejetada de uma plataforma feita de canos de PVC tem sido ferramentas na EME Professora Alcina Dantas Feijão, no Bairro Mauá, para estimular os alunos a ingressarem no mundo da física e, em especial, da astronomia. Inclusive as meninas.
Francisco Douglas Lisboa Duarte, é professor de Física do Alcina desde 2024 e, assim que adentrou no quadro de funcionários da escola, mostrou à direção um projeto que tinha em outro colégio onde ele trabalhava: o de desenvolver protótipos de foguetes com seus alunos.
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“Eu trabalhava em um colégio particular antes de chegar aqui ao Alcina e, lá, tinha o projeto de lançamento de foguetes. A turma, inclusive, foi a uma final de competição de mostras de foguetes no Rio de Janeiro. Eu precisava completar minha carga horária, falei com a direção para dar aula de astronomia teórica e lançamento de foguetes. E assim nasceu o projeto”, conta o docente.
Formado em Física pela USP e cursando extensão em Astronomia pela IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas), também da USP, o professor comentou que logo de cara as aulas atraíram a atenção dos alunos. “No Alcina tem bastante gente com interesse em física, em astronomia. Há um interesse meio coletivo na área da ciência, do céu. Quando os alunos veem fazer os protótipos, se divertem construindo os foguetes, se sujam, isso ajuda muito.”
Seis alunos, sendo três meninos e três meninas, lançaram seus primeiros foguetes no campo de futebol do Clube Águias de Nova Gerty, que fica ao lado do Alcina. A satisfação foi imensa quando o vinagre e o bicarbonato se misturaram assim que a bexiga cheia do líquido estourou em um prego. A garrafa pet voou de uma ponta à outra do campo, atravessando a área como se fosse um cruzamento ao atacante.
Melissa Garcia, Nicole Lozano e Beatriz da Silva Romero, todas do 3º ano, estrearam no ramo de lançamento de foguetes e todas apontaram que essas aulas estimulam mais meninas a se interessarem pelo mundo das ciências, que é predominantemente masculino.
“A física é muito dominada por homens e somos capazes, muito inteligentes também. Muitas mulheres fizeram grandes coisas e a gente também pode fazer. A gente tem que se empenhar, ver se gostamos mesmo, se encaixar e mostrar que podemos, sim, estar neste universo da física”, disse Beatriz.
Marcos Antônio, do 2º ano, é o veterano da turma, pois em 2024 já estava na equipe do professor Francisco, e elogia a aula. “Experiência muito boa, legal, uma atividade extracurricular que foge do padrão da escola. Podemos aplicar o conhecimento na prática. O ambiente escolar é muito mais do que só ficar dentro da sala de aula.”
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Fonte: PMSCS | Texto: Raphael Rocha/PMSCS