A Igreja Católica entrou em uma nova era nesta quarta-feira (8), com a eleição de Robert Francis Prevost como o novo Papa. Aos 69 anos, o religioso nascido em Chicago, nos Estados Unidos, foi escolhido após quatro votações no conclave realizado no Vaticano e adotou o nome de Leão XIV. A confirmação da escolha foi sinalizada ao mundo às 13h08 (horário de Brasília), quando a tradicional fumaça branca emergiu da chaminé da Capela Sistina, marcando oficialmente a decisão do colégio de cardeais.
A eleição de Prevost é histórica por diversos motivos. Ele é o primeiro pontífice norte-americano da história da Igreja e possui também nacionalidade peruana, resultado de décadas de missão pastoral na América Latina. O novo Papa será apresentado oficialmente ainda nesta quarta-feira, em uma cerimônia na sacada central da Basílica de São Pedro, de onde concederá a bênção Urbi et Orbi — mensagem dirigida “à cidade e ao mundo”.
Formação acadêmica e trajetória na Igreja
Antes de se tornar uma figura central da hierarquia católica, Robert Francis Prevost teve uma trajetória incomum para um Papa. Formado em matemática, foi ordenado padre aos 22 anos e se destacou como membro da Ordem de Santo Agostinho. Sua atuação missionária o levou ao Peru, onde trabalhou por mais de duas décadas, inclusive como bispo de Chiclayo.
Sua ascensão à cúpula da Cúria Romana se consolidou em 2023, quando foi nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos — organismo responsável por nomear novos bispos em todo o mundo, o que demonstra a confiança que o Papa Francisco depositava em sua capacidade de liderança e visão global da Igreja.
Contexto da eleição
A escolha do novo Papa ocorre em um momento de transição delicado para a Igreja Católica, após o falecimento do Papa Francisco no último dia 21 de abril. Francisco, o primeiro pontífice latino-americano da história, deixou um legado de abertura ao diálogo inter-religioso, atenção às questões ambientais e ênfase na misericórdia como pilar da fé cristã.
O conclave que elegeu Leão XIV foi realizado sob forte expectativa mundial. Com quatro rodadas de votação, a decisão dos cardeais reflete um desejo de continuidade aliada a uma visão globalizada da Igreja, considerando o perfil intercultural e missionário do novo Papa.