A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que, a partir de 1º de outubro, entra em vigor a bandeira vermelha patamar 1 no sistema de tarifas de energia elétrica. Isso representa um acréscimo de R$ 4,46 na conta de luz para cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos.
A medida ocorre após dois meses consecutivos com bandeira vermelha patamar 2 — a mais cara do sistema — e indica uma leve redução nos custos, embora o cenário ainda seja considerado crítico.
Por que a bandeira vermelha foi acionada?
De acordo com a Aneel, a decisão de acionar a bandeira vermelha patamar 1 em outubro se deve ao baixo volume de chuvas, que afeta diretamente os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, principal fonte de geração de energia no Brasil.
“Diante desse cenário, há necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras”, afirmou a agência.
A necessidade de ativar as termelétricas, que têm custo de operação elevado, justifica o adicional tarifário aplicado nas faturas.
E a energia solar?
A Aneel também ressaltou a limitação da energia solar como fonte alternativa. Segundo a agência:
“A fonte solar de geração é intermitente e não injeta energia para o sistema o dia inteiro. Por essa razão, é necessário o acionamento das termelétricas para garantir o fornecimento de energia, inclusive no horário de ponta.”
Ou seja, a energia solar, apesar de sustentável, não consegue atender sozinha à demanda constante, especialmente durante à noite ou em dias nublados, exigindo apoio das termelétricas.
Como funcionam as bandeiras tarifárias?
O sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, tem como objetivo refletir os custos variáveis da geração de energia elétrica no Brasil.
As bandeiras são divididas por cores e indicam, de forma simples, o custo da produção de energia naquele período:
- Bandeira verde: sem acréscimo na conta de luz
- Bandeira amarela: acréscimo moderado
- Bandeira vermelha patamar 1: R$ 4,46 por 100 kWh
- Bandeira vermelha patamar 2: valor mais alto, usado em cenários críticos
O sistema é aplicado em todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), que abastece praticamente todo o território brasileiro.
Como economizar na conta de luz?
Com o acionamento da bandeira vermelha, vale reforçar medidas simples de economia:
- Trocar lâmpadas incandescentes por LED
- Desligar aparelhos da tomada quando não estiverem em uso
- Utilizar eletrodomésticos em horários fora do pico
- Reduzir o tempo de uso de chuveiros elétricos e ar-condicionado
- Aproveitar a luz natural ao máximo
Mesmo com a redução de patamar, o acionamento da bandeira vermelha em outubro reforça a necessidade de uso consciente da energia. A seca nos reservatórios e a limitação das fontes renováveis exigem planejamento tanto do governo quanto da população.
Ficar atento às mudanças nas bandeiras tarifárias é essencial para controlar os gastos com eletricidade e entender os desafios do setor energético brasileiro.