Cerca de 20 artesãos foram até a Câmara de São Bernardo, nesta quarta-feira (15), para pedir orientação para voltar a exercer a atividade na cidade. Os artesãos atuavam na Feira do Artesanato, na praça Lauro Gomes, na região central. Algumas artesãs relataram problemas com o pagamento de taxas para a Associação de Artesãos de São Bernardo.
A sessão ordinária foi interrompida por 40 minutos para que os vereadores recebessem os manifestantes (foto). A principal reclamação é a falta de diálogo com a Prefeitura após a retirada das barracas da praça no último domingo (12). “A única fonte de informação que temos são os jornais. Ontem (terça, 14) li que o prefeito Orlando Morando (PSDB) disse que não tinha artesãos. Tinha sim e queremos voltar a trabalhar”, disse Andressa Souza Rosário.
Muitos reclamaram da falta de diálogo com o Executivo sobre o assunto. O vereador Jorge Araújo (PHS) afirmou que tentará agendar uma reunião entre o grupo de artesãos e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Hiroyuki Minami (PSDB). Após a reunião, os artesãos reclamaram sobre a falta de informação na Rede Fácil, local indicado pela Prefeitura para o novo pedido de cadastramento.
“Eu fui lá e ninguém sabia sobre o assunto. Não sabemos o que fazer, estamos sem orientação. Agora, queremos voltar ao nosso trabalho e não temos como. A Prefeitura tinha que nos dar alguma orientação”, disse a artesã Ana Lucia Rodrigues Oliveira Silva.
Procurada pelo RD, a Prefeitura informou que “todos os comerciantes que estavam na praça serão chamados para diálogo com a Prefeitura. Os que comprovarem trabalho com artesanato serão realocados para espaço anexo à praça Lauro Gomes. Os que não se encaixarem neste padrão seguirão o trâmite para cadastro de ambulantes na cidade, por meio da Rede Fácil. Os ambulantes foram notificados com antecedência sobre a necessidade de deixar a praça Lauro Gomes. É importante destacar que não há qualquer impedimento da Prefeitura contra o trabalhador”.
Reclamações
As artesãs também reclamaram sobre a cobrança de uma taxa de R$ 130 por mês, sendo que R$ 120 para segurança particular e R$ 10 para manter a barraca no local. “Nós pagávamos R$ 4 por dia para ter um guarda, mas o segurança ficava com apenas R$ 0,67 deste dinheiro”, informou Ana Lucia.
O presidente da Associação dos Artesãos de São Bernardo, José Martins Matheus, confirmou o pagamento do valor para a segurança das barracas, porém afirmou que a taxa não era obrigatória. “Quem não quisesse pagar poderia desmontar a sua barraca e ir embora, e no outro dia voltar e montar normalmente”, explicou o líder da entidade que afirmou que a contratação de segurança particular foi feita pelo local não ter a presença da Guarda Civil Municipal (GCM). Sobre a prestação de contas do pagamento, Matheus apenas disse que tem todos os recibos com os pagamentos.
Questionado sobre a validade das carteirinhas feitas para as artesãs que trabalhavam no local, o presidente da entidade afirmou que não havia uma carteirinha e sim documentos autorizando a pessoa a montar a sua barraca no local.
O grupo de artesãs afirmou que pretende entrar com um processo contra José Martins Matheus. A Prefeitura afirmou que o Ministério Público está investigando o pagamento da taxa para a Associação.
Fonte: Repórter Diário