O ginasta Arthur Zanetti, medalhista de ouro nas Olimpíadas de Londres 2012 e um dos maiores nomes da história da ginástica brasileira, anunciou neste domingo (12) sua aposentadoria como atleta profissional. Aos 34 anos, o paulista deixa os tablados, mas segue ligado ao esporte, agora como treinador em sua cidade natal, São Caetano do Sul (SP).
Zanetti já havia sinalizado que os Jogos de Paris 2024 seriam o último ciclo olímpico de sua carreira. “Depois de 16 anos treinando e competindo em alta intensidade, às vezes a mente quer fazer [o movimento], mas o corpo acaba não correspondendo”, declarou em entrevista à Agência Brasil em 2023. A decisão também foi motivada pelo desejo de passar mais tempo com o filho, Liam, que completará cinco anos em 2025.
Um ciclo encerrado por lesões
A trajetória de Zanetti nos últimos anos foi marcada por desafios físicos. Lesões o afastaram de eventos cruciais do ciclo de Paris, como o Mundial de Antuérpia e os Jogos Pan-Americanos de Santiago, ambos em 2023. A mais grave foi o rompimento do tendão do bíceps distal do braço esquerdo, ocorrido em maio de 2023, que encerrou de vez suas aspirações olímpicas.
Apesar disso, sua carreira é um legado de conquistas. Além do ouro em Londres, Zanetti conquistou a prata nas Olimpíadas do Rio 2016, quatro medalhas em Campeonatos Mundiais (uma de ouro em Antuérpia 2013 e três de prata) e se tornou um símbolo de superação no esporte nacional.
Homenagens à altura de um campeão
A aposentadoria de Zanetti mobilizou homenagens de grandes nomes do esporte. Marco Antônio La Porta, presidente do Comitê Olímpico do Brasil, afirmou que o atleta “é a prova de que é possível, de que podemos chegar lá com muito treino, dedicação e talento”. La Porta celebrou ainda a continuidade de Zanetti no esporte, agora como treinador, ajudando a formar “novos campeões”.
O reconhecimento internacional também veio por meio do grego Eleftherios Petrounias, tricampeão mundial e medalhista de ouro nas argolas nos Jogos do Rio. Ele usou o Instagram para enaltecer o brasileiro, dizendo que Zanetti o tornou “um atleta melhor, uma pessoa melhor” e que considera o paulista um grande amigo. “Você sempre terá meu respeito e amizade”, completou.
O próximo capítulo
Com sua transição para treinador, Arthur Zanetti pretende contribuir para o desenvolvimento da ginástica brasileira, utilizando sua vasta experiência para formar a nova geração de atletas. A base será São Caetano do Sul, cidade onde nasceu, cresceu e iniciou sua trajetória no esporte.
Zanetti deixa os tablados como um dos maiores nomes da ginástica mundial, não apenas pelos títulos, mas pela inspiração que proporcionou a milhares de atletas e fãs. Sua história reforça que a dedicação e o talento podem levar ao topo – e que mesmo o fim de uma carreira pode ser o começo de outra jornada de sucesso.
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*Com informações: Agência Brasil