Empresas brasileiras e internacionais podem se candidatar para obter recursos destinados à criação ou ampliação de Centros de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PD&I). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, anunciaram a disponibilização de R$ 3 bilhões para essa iniciativa.
O anúncio da concorrência pública ocorreu nesta quinta-feira (20), na sede da multinacional Bosch, em Campinas, São Paulo, com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
Centros de PD&I são espaços que abrigam laboratórios, áreas de testes, desenvolvimento de produtos, pesquisas básicas e aplicadas, além de promoverem a colaboração com universidades e outras instituições.
Os recursos serão disponibilizados por meio de subvenções econômicas, como empréstimos, participações acionárias e fundos não reembolsáveis para projetos colaborativos entre empresas e instituições tecnológicas.
Diretrizes
Para serem elegíveis, as empresas devem alinhar suas propostas a pelo menos uma das missões da Nova Indústria Brasil (NIB), política de desenvolvimento industrial do governo federal.
As missões abrangem áreas como infraestrutura, moradia e mobilidade; agroindústria; complexo industrial de saúde; transformação digital; bioeconomia e transição energética; e tecnologia de defesa.
Os projetos de centros de PD&I devem solicitar um crédito mínimo de R$ 20 milhões, exceto nas regiões Norte e Nordeste, onde o valor mínimo é de R$ 10 milhões. O prazo para execução das propostas é de até 36 meses.
Competitividade
O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin destacou que a inovação é fundamental para a neoindustrialização:
“A chamada pública do BNDES e da Finep vai estimular nossas empresas a seguirem esse caminho, investindo em pesquisa e desenvolvimento; sofisticando nossos produtos e processos; e gerando emprego e renda no Brasil.”
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, os centros aceleram o lançamento de produtos e serviços novos ou aprimorados, aumentando a competitividade e diversificação da economia brasileira. Ele ressaltou que o Brasil possui “competência científica relevante, forma profissionais qualificados, produz conhecimento, tem instalações físicas e diversidade de institutos de pesquisa”.
No entanto, Mercadante observou que o país “ainda tem um longo caminho a trilhar na transformação desses ativos em inovações pelas empresas e na retenção de talentos”.
O presidente da Finep, Celso Pansera, afirmou que os centros de PD&I “têm papel central na atração e manutenção de empregos qualificados que elevam o patamar de renda e a complexidade econômica”.
Ele acrescentou que “grandes centros de pesquisa atraem ainda toda uma cadeia qualificada de fornecedores que geram um ciclo virtuoso de crescimento e inovação”.
Ranking de Inovação
O Brasil ocupa a 50ª posição no Índice Global de Inovação (IGI), divulgado em setembro de 2024 pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), uma queda de uma posição em relação ao ano anterior. O ranking avalia 133 países.
Os dez primeiros colocados são Suíça, Suécia, Estados Unidos, Singapura, Reino Unido, Coreia do Sul, Finlândia, Holanda, Alemanha e Dinamarca.