O ex-presidente Jair Bolsonaro permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, mas apresentou melhora clínica nas últimas 24 horas, segundo boletim médico divulgado nesta sexta-feira (25). De acordo com a nota, não há necessidade de novos procedimentos cirúrgicos e o quadro de saúde é considerado estável.
“Apresenta-se estável clinicamente e sem novos picos de elevação da pressão arterial”, afirma o documento, assinado por seis médicos responsáveis pelo tratamento do ex-presidente, incluindo o chefe da equipe cirúrgica, Cláudio Birolini, e o coordenador da UTI, Antônio Aurélio de Paiva Fagundes Júnior.
Bolsonaro está internado desde o dia 13 de abril, quando foi submetido a uma cirurgia de grande porte, que envolveu a lise de aderências intestinais e a reconstrução da parede abdominal. O procedimento durou 12 horas, foi realizado sem intercorrências e sem a necessidade de transfusão de sangue.
A operação foi necessária por conta de uma obstrução causada por uma dobra no intestino delgado, que dificultava o trânsito intestinal. De acordo com a equipe médica, o problema foi resolvido durante o procedimento.
Na quinta-feira (24), o boletim indicava piora clínica, com elevação da pressão arterial e alterações nos exames laboratoriais hepáticos. No entanto, exames de imagem realizados no mesmo dia não indicaram complicações graves.
“Foram tomadas medidas para controle das alterações dos exames laboratoriais do fígado. Ontem, foi submetido a tomografias de tórax e abdômen, que foram compatíveis com uma evolução normal do pós-operatório, descartando complicações ou necessidade de novos procedimentos”, detalha a nota médica.
Internação e cuidados intensivos continuam
Apesar da evolução positiva, Bolsonaro permanece na UTI em jejum oral e com pausa temporária da nutrição parenteral. Ele segue com fisioterapia motora e sob medidas de prevenção de trombose venosa.
“Persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI”, conclui o boletim médico.
A equipe que acompanha o ex-presidente é composta pelos médicos Cláudio Birolini (chefe da equipe cirúrgica), Leandro Echenique e Brasil Caiado (cardiologistas), Antônio Aurélio de Paiva Fagundes Júnior (coordenador da UTI), Guilherme Meyer (diretor médico do DF Star) e Allisson Barcelos Borges (diretor-geral da instituição).
Histórico de complicações desde 2018
Desde que sofreu uma facada no abdômen durante a campanha presidencial de 2018, Bolsonaro passou por diversas cirurgias e internações. Entre as complicações recorrentes estão aderências intestinais, comuns após múltiplos procedimentos abdominais.
A cirurgia recente teve como objetivo corrigir essas aderências e reconstruir parte da parede abdominal. Apesar da complexidade e duração, a operação foi considerada um sucesso pela equipe médica.
Entretanto, a permanência na UTI e a interrupção da nutrição parenteral apontam que o processo de recuperação exige acompanhamento contínuo.
🗓 Boletins médicos diários
O Hospital DF Star tem divulgado boletins diários sobre a evolução clínica de Bolsonaro. O boletim desta sexta-feira é o primeiro desde a internação a descartar complicações pós-operatórias, sinalizando uma melhora significativa.
Até o momento, não há previsão de alta da UTI, e o ex-presidente segue afastado de compromissos públicos, com recomendação de repouso absoluto e sem visitas autorizadas.
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*Com informações: Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil