Após mais de 15 mil quilômetros rodados em todo o território paulista, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou, nesta terça-feira (11), a última audiência pública do ano para a discussão do Orçamento estadual para 2025. A população presente ocupou o Palácio 9 de Julho, sede do Legislativo, para apresentar as principais demandas da Região Metropolitana de São Paulo.
Esta foi a 25ª audiência realizada pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp em 2024. O colegiado passou, ao longo de 3 meses, por diferentes municípios e regiões do Estado ouvindo as principais demandas locais.
Na audiência desta terça, Saúde e Segurança Pública foram as áreas que mais pautaram os pedidos feitos durante a reunião promovida no Auditório Paulo Kobayashi.
Demandas da Saúde
O público presente levou demandas de hospitais públicos da Região Metropolitana de São Paulo, em especial os responsáveis por atender a população dos municípios mais afastados da Capital e de bairros periféricos.
Conselheira de Saúde do Hospital Municipal de Parelheiros, na Zona Sul, Pamela Ferreira levou o pedido pela ampliação no número de leitos e pela compra de equipamentos para a unidade. “Esses são pedidos da população que chegam até nós do Conselho e que precisam ser atendidos com muita rapidez”, disse.
O hospital municipal também foi tema da fala de Cássio dos Santos, morador de Parelheiros, que solicitou melhorias para o atendimento à população. “Temos hospitais bem localizados, mas muitas vezes vamos fazer um procedimento e temos que ir para outros lugares. Os hospitais precisam de mais especialidades, de melhor atendimento e que os profissionais recebam um salário digno”, afirmou.
O Hospital Geral de Pedreira, localizado no bairro Vila Campo Grande, também na Zona Sul, responsável por atender a população de bairros como Santo Amaro, Santana e Cidade Ademar, também foi objeto de pedidos durante a audiência. “O hospital precisa de reformas, principalmente no centro cirúrgico, que atende também outras regiões”, disse a representante do Centro de Cidadania e Ação Social Sul (Cecasul), Renata Paranhos.
Segurança Pública
Outro destaque da reunião foram os pedidos por mais recursos para a Segurança Pública da Região Metropolitana.
Morador de Santo Amaro, o advogado Marcos da Silva solicitou repasses para a reforma da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, na Região Sul. “No ano, a delegacia realiza aproximadamente 18.250 atendimentos e vejo que a estrutura padece de graves problemas”, afirmou Silva. A delegacia é responsável pelo atendimento da população de 13 bairros da região.
Já Marco Antônio de Souza, morador de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, falou sobre casos de arrastões registrados na saída de estudantes do período noturno de escolas do município. Souza subiu à tribuna para solicitar a construção de uma base comunitária de segurança nos bairros afetados. “Nossa juventude está clamando por segurança”, afirmou.
Por fim, o advogado Felippe Angeli fez o pedido por mais políticas públicas para egressos do sistema prisional do Estado. “Faço o apelo para que na LOA 2025 seja previsto um orçamento condizente com a necessidade de se reintegrar os egressos na sociedade paulista”, disse.
Relatório
A partir das reivindicações feitas pela população do estado, a Comissão de Finanças irá elaborar o relatório que deve basear a Lei Orçamentária para 2025, que será votada ao final do ano pela Alesp.
“Vamos elaborar um grande relatório para que a gente possa ajudar a melhorar o estado de São Paulo. Muitas das demandas que nós temos ouvido nos últimos anos, nós temos conseguido implantar e atender no Orçamento”, disse o presidente da CFOP, deputado Gilmaci Santos (Republicanos).
O relatório será utilizado para a construção da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que está em tramitação na Casa. O relator do projeto é o deputado Barros Munhoz (PSDB).
“Tomei ciência de várias solicitações e conversei com o nosso presidente Gilmaci Santos. Assumindo o cargo de relator, me comprometo a brigar junto com eles, principalmente na área da Saúde”, afirmou Munhoz. “Ouvir as pessoas é a tarefa mais importante que a Assembleia Legislativa faz”, completou.
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Fonte: Alesp | Texto: Matheus Batista