O consumo nos lares brasileiros registrou uma queda de 4,25% em fevereiro, na comparação com janeiro, segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No entanto, em relação ao mesmo período do ano passado, houve alta de 2,25%, enquanto o acumulado do primeiro bimestre de 2024 apresenta crescimento de 2,24%.
A pesquisa considera diferentes formatos de comércio, incluindo atacarejos, supermercados convencionais, lojas de vizinhança, hipermercados, minimercados e e-commerce. Todos os dados foram ajustados pela inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pressão no Orçamento e Fatores Sazonais
A Abras explicou que a queda mensal foi influenciada por despesas obrigatórias que costumam pesar no orçamento familiar no início do ano, como reajustes de mensalidades escolares, transporte e tributos.
“Assim, há priorização de gastos fixos, com consequente redução do consumo de outros itens no período”, informou a Abras.
Além disso, o fato de fevereiro ter menos dias e o Carnaval ter ocorrido em março também impactaram o consumo do mês.
Apesar da retração em fevereiro, o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, destacou a influência positiva de alguns fatores no desempenho do setor, como programas de transferência de renda, reajuste do salário mínimo, pagamento do PIS/Pasep, restituições do Imposto de Renda e requisições do INSS.
“Com esses recursos extras e a continuidade das políticas de transferência de renda, projetamos um desempenho mais favorável para o consumo até o fechamento do primeiro trimestre. A pressão inflacionária sobre os alimentos persiste, mas esses estímulos devem contribuir para sustentar o poder de compra das famílias”, afirmou Milan.
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*Com informações: Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil