A Prefeitura de São Caetano do Sul iniciou na segunda-feira (3) mais uma turma do Curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais), promovido pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência ou Mobilidade Reduzida (Sedef). A formação gratuita é voltada para servidores municipais – concursados, contratados ou terceirizados – e também para munícipes a partir de 15 anos.
O curso tem três módulos de 40 horas cada e tem como objetivo capacitar os participantes para estabelecer uma comunicação básica em Libras, promovendo a inclusão social e garantindo direitos das pessoas com deficiência auditiva.
Na aula inaugural, a secretária da Sedef, Magali Selva Pinto, destacou a importância da iniciativa para a acessibilidade. “Quebrar as barreiras da comunicação é fundamental para a garantia de direitos da pessoa com deficiência”, afirmou.
Pequenas turmas e aprendizado prático
A formação não tem caráter profissionalizante, mas oferece os conhecimentos essenciais para que os participantes consigam se comunicar com a comunidade surda. Segundo a professora Alice Stephanie Ramos, as turmas, compostas por 35 alunos, garantem um atendimento mais personalizado e favorecem o aprendizado.
“O curso não é profissionalizante, mas dá as condições básicas para que uma pessoa se comunique por Libras”, explicou Alice. Ela também ressaltou que o comprometimento dos alunos é essencial para o sucesso do aprendizado.
O interesse dos novos alunos reforça a importância da iniciativa. Os participantes se inscreveram com diferentes motivações, desde a necessidade profissional até a vontade de ampliar a inclusão social.
Alunos compartilham expectativas e histórias inspiradoras
A artesã Fabiana Costa Almeida, moradora do Bairro Olímpico, vê no curso a oportunidade de levar o aprendizado para sua comunidade religiosa. “Na igreja, ainda não tem ninguém que saiba Libras. Com esse curso eu vou poder ajudar outras pessoas”, contou.
Já as irmãs Ester e Raquel Sansão, moradoras do Jardim São Caetano, enxergam na capacitação uma forma de se destacarem no mercado de trabalho. “Já trabalhei como acompanhante de uma pessoa com deficiência. Saber Libras pode trazer novas oportunidades de emprego”, explicou Ester.
A dentista Cristiane Maria Gutierrez, moradora do Bairro Santa Paula, também decidiu aprender Libras após uma experiência pessoal. “Uma vez fiz uma viagem e conheci pessoas surdas. Tive dificuldade de me comunicar com elas e me senti mal”, relatou.
O impacto positivo da comunicação em Libras também foi ressaltado por Juliana Camargo, paciente do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM). Juliana, que é surda, contou que, apesar de conseguir fazer leitura labial, tem dificuldades para falar. No entanto, sua experiência mudou quando encontrou uma profissional que sabia Libras. “Encontrei uma enfermeira no CAISM que sabe Libras e ela me ajudou muito. Agora, consigo me comunicar muito melhor”, testemunhou.
Importância da Libras para a inclusão
A Libras é reconhecida como a segunda língua oficial do Brasil e representa um direito fundamental da comunidade surda. Cursos como o oferecido pela Prefeitura de São Caetano do Sul são essenciais para ampliar o acesso e garantir que mais pessoas possam se comunicar de forma inclusiva.
A formação oferecida pela Sedef reforça o compromisso do município com a acessibilidade, promovendo um ambiente mais acolhedor para pessoas com deficiência auditiva. Com turmas engajadas e metodologias adaptadas, a cidade avança no caminho da inclusão e da igualdade de oportunidades.