
Nesta quinta-feira (1), penúltimo dia do Understanding Risk Global Forum (UR22), evento que reúne, em Florianópolis (SC), uma comunidade global de especialistas e profissionais da área de identificação de riscos de desastres, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), por meio da Defesa Civil Nacional, apresentou o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil e os projetos Casa Social e Sabo. O fórum termina nesta sexta-feira (2).
O coordenador-geral de articulação da Defesa Civil Nacional, Reinaldo Estelles, apresentou e explicou, em sua palestra no evento, o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil.
“Apresentamos o modelo e as entrevistas feitas com agentes das defesas civis municipais e estaduais e com os próprios afetados, com foco no Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil. É importante fazer isso no fórum para que as defesas civis entendam em que pé está o Plano. É uma questão de transparência e de ouvir o que o setor de gestão de riscos tem a falar”, destaca Estelles.
Outra importante apresentação feita no UR22 foi sobre o Projeto de Aprimoramento da Capacidade Técnica em Medidas Estruturais contra Movimentos Gravitacionais de Massa com Foco na Construção de Cidades Resilientes, chamado de Projeto Sabo.
O projeto consiste na avaliação do movimento de massas, com foco na ocorrência de fluxo de detritos, que tem maior poder de destruição que um deslizamento comum. Além disso, propõe a instalação de barreiras de contenção para canalizar o fluxo de encostas e reduzir a área de alastramento do desastre.
“Pretendemos adaptar à realidade brasileira a experiência do Japão, o conhecimento, a tecnologia e as técnicas. Vamos construir um manual de diretrizes para a elaboração de projetos de engenharia. A partir desse manual, vamos fazer os projetos de engenharia para o Hospital São Lucas, em Nova Friburgo, e para o Córrego do Príncipe, em Teresópolis”, informa o coordenador-geral de Prevenção e Programas Estratégicos da Defesa Civil Nacional, Wolnei Wolff Barreiros.
Casa Social
Também nesta quinta-feira, o coordenador de Estudos Integrados do MDR, Rafael Machado, apresentou o projeto Casa Social, que visa acolher a população mais vulnerável afetada por desastres naturais. Trata-se de um modelo conceitual de uma casa com montagem modular, simplificada, de fácil transporte e que atende às premissas de habitabilidade e sustentabilidade.
“O projeto surgiu da nossa percepção nas atuações pós-desastre. As populações mais vulneráveis são afetadas de forma mais severa. Percebemos que o tempo entre a data em que ocorre o desastre e a viabilização da moradia definitiva é muito longo. A população afetada fica muito desamparada. Sensibilizados com isso, alguns técnicos da Defesa Civil Nacional se reuniram e pensamos em um modelo conceitual de habitação social”, explica Machado.
O projeto Casa Social foi feito em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Foram contratados técnicos de diferentes setores, inclusive de áreas como psicologia, para transformar esse modelo conceitual em um modelo de mercado, de modo que a indústria nacional possa fabricar os componentes dessa casa social a partir de 2023, com a montagem do protótipo real, atendendo a todos os requisitos exigidos pelas normas de habitabilidade.
O UR22
O Fórum Global Understanding Risk 2022 chegou ao Brasil pela primeira vez. De 28 de novembro a 2 de dezembro, a conferência apresenta os mais recentes conhecimentos e inovações na área de gestão de risco de desastres, abrangendo tópicos que vão desde sistemas de alerta precoce até resiliência urbana, comunicação e financiamento do risco. O tema deste ano, “Navegando as ondas do risco”, aborda os riscos climáticos e de desastres em um mundo de perigos múltiplos.
O evento é organizado pelo Mecanismo Global para Redução e Recuperação de Desastres (GFDRR), Banco Mundial e Prefeitura de Florianópolis, com apoio do MDR, do Google, da Nasa e de vários outros organismos nacionais e internacionais. O fórum ocorre simultaneamente, de forma on-line, na Nova Zelândia, Canadá, Níger e Reino Unido.
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Fonte: Comunicação/Ministério do Desenvolvimento Regional