Em um dia marcado por alívio nos mercados internacionais e domésticos, o dólar caiu e a bolsa brasileira teve sua maior alta diária desde maio de 2023. O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (15) vendido a R$ 6,024, com recuo de 0,36%. Já o Ibovespa, principal índice da B3, subiu 2,81%, fechando aos 122.650 pontos, impulsionado especialmente por ações de bancos.
Dólar tem alívio e fecha no menor valor de 2025
A moeda norte-americana, que abriu o dia próxima da estabilidade, despencou ao longo do pregão após a divulgação de dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% em dezembro, mas o núcleo da inflação — que exclui alimentos e energia — desacelerou de 0,3% em novembro para 0,2% no mês passado.
Essa desaceleração no núcleo da inflação aumentou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, possa cortar os juros básicos ainda no primeiro semestre de 2025. A perspectiva de juros mais baixos em economias avançadas estimula a migração de capitais para mercados emergentes, como o Brasil, o que contribui para a valorização do real frente ao dólar.
Com o fechamento de hoje, o dólar atingiu seu menor valor desde 12 de dezembro de 2024 e acumula queda de 2,49% em 2025.
Bolsa em alta: bancos lideram ganhos
O otimismo também tomou conta do mercado de ações. O Ibovespa, índice de referência da bolsa brasileira, subiu 2,81%, registrando a maior alta diária desde maio de 2023. O índice atingiu o maior patamar desde 17 de dezembro, impulsionado principalmente por ações do setor bancário, que reagiram bem ao cenário global de menor aversão ao risco e ao ambiente interno mais positivo.
Cenário doméstico favorece investidores
No Brasil, fatores internos também contribuíram para o bom desempenho do mercado. O destaque foi a divulgação de que o déficit primário do Governo Central (composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) em novembro de 2024 ficou em R$ 4,515 bilhões, uma queda de 88,7% em relação ao mesmo mês de 2023.
Este foi o melhor resultado mensal para novembro nos últimos três anos e reforçou a percepção de melhora na condução fiscal do país. O dado surpreendeu positivamente o mercado, que vinha enfrentando incertezas fiscais nos últimos meses.
“O resultado fiscal melhor do que o esperado e a expectativa de redução de juros nos Estados Unidos criaram um ambiente mais favorável para o investidor. Isso reflete tanto na valorização do real quanto no desempenho da bolsa”, explicou um economista consultado.
Expectativas para os próximos meses
Com a desaceleração do núcleo da inflação nos Estados Unidos, cresce a expectativa de que o Federal Reserve adote uma postura menos agressiva em relação aos juros básicos. Isso favorece os mercados emergentes, como o Brasil, ao atrair investimentos para ativos de maior risco, mas com retorno mais elevado.
No cenário doméstico, a continuidade do ajuste fiscal e o avanço de reformas estruturais podem sustentar o otimismo do mercado e fortalecer os ativos brasileiros.
_______
Fonte: Agência Brasil