A segunda-feira (5) foi marcada por forte instabilidade nos mercados financeiros, com o dólar comercial encerrando o dia cotado a R$ 5,689, em alta de 0,63%, e o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuando 1,22%, aos 133.491 pontos. O cenário foi influenciado por dados econômicos robustos nos Estados Unidos, que afastam a possibilidade de corte nos juros por lá, e por tensões no setor de petróleo após decisão da Opep+.
A moeda norte-americana chegou a operar em queda no início do pregão, atingindo R$ 5,63 às 9h30, mas reverteu o movimento com a divulgação de dados do setor de serviços dos EUA, que mostraram um desempenho acima do esperado. Esse resultado reduz as chances de que o Federal Reserve (Fed) comece a cortar os juros ainda neste semestre, mantendo o custo do crédito elevado na maior economia do mundo.
Impacto do petróleo e desempenho da Petrobras
A queda do Ibovespa foi puxada especialmente pelo desempenho negativo das ações da Petrobras, que reagiram à decisão da Opep+ de elevar a produção global de petróleo, mesmo diante da queda dos preços internacionais. O barril do tipo Brent caiu para US$ 60, levando os papéis da estatal brasileira a atingirem os menores níveis desde agosto de 2023.
As ações ordinárias da Petrobras caíram 2,81%, fechando a R$ 31,77, enquanto as ações preferenciais recuaram 3,73%, encerrando o dia a R$ 29,66. A estatal é uma das empresas com maior peso no índice Ibovespa, e sua queda teve impacto direto no desempenho da bolsa.
A Opep+, formada pelos 13 países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e mais dez nações aliadas, entre elas a Rússia, decidiu aumentar a produção em meio à tendência de desaceleração econômica global, pressionando ainda mais os preços do barril no mercado internacional.
Expectativa por decisões do Fed e do Copom
Tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, os investidores acompanham com atenção as reuniões de política monetária marcadas para esta semana. O Federal Reserve encerra seu encontro na quarta-feira (7), e a expectativa do mercado é de manutenção dos juros, diante do desempenho ainda forte da economia americana.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) também se reúne nesta quarta-feira, com as atenções voltadas para uma possível elevação da taxa básica de juros, a Selic. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, analistas do mercado financeiro apostam em uma alta de 0,5 ponto percentual, levando os juros de 14,25% para 14,75% ao ano.
Dólar acumula alta em maio, mas ainda tem queda no ano
Apesar da alta de 0,63% registrada nesta segunda-feira, o dólar acumula avanço de apenas 0,23% nos dois primeiros pregões de maio. No entanto, no acumulado de 2025, a moeda norte-americana ainda apresenta uma queda expressiva de 7,9%.
O comportamento do câmbio nos próximos dias dependerá diretamente das decisões do Fed e do Copom, além da continuidade da divulgação de indicadores econômicos nos dois países.
A combinação de juros altos nos Estados Unidos, incertezas sobre o futuro da política monetária no Brasil e choques no mercado de petróleo têm sido fatores determinantes para a volatilidade dos ativos financeiros.
Mercado segue volátil em meio a cenário incerto
A semana promete ser de grande expectativa nos mercados globais. As decisões dos bancos centrais de Brasil e Estados Unidos devem guiar o comportamento de investidores nas próximas sessões.
As sinalizações sobre os rumos da política monetária, aliadas ao impacto de medidas da Opep+ e ao desempenho de gigantes como a Petrobras, continuam moldando o humor do mercado.