A Prefeitura de São Caetano do Sul implementou no dia 21 de agosto um novo modelo de atendimento no HMEAS (Hospital Municipal de Emergências Albert Sabin). É o Fast Track, que tem como objetivo um primeiro atendimento mais rápido e eficiente para os pacientes não graves, que representam a maioria das pessoas.
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De 21 a 31 de agosto, foram 2.031 atendimentos realizados pelo Fast Track (37% do total). As primeiras percepções são altamente positivas, demonstrando uma melhora significativa na jornada do paciente por meio da redução dos tempos de espera e permanência.
Para pacientes classificados com a cor verde (pouco urgente), a permanência hospitalar (tempo total, da entrada à saída do hospital) caiu 42% (de 2h para 1h08min), com redução de 23% no tempo de espera. Para pacientes com a cor azul (sem urgência), a permanência diminuiu 33% (de 1h02 para 42min), com redução de 25% no tempo de espera. Os casos de urgência e emergência seguem o fluxo normal, cujos atendimentos são prioritários.
“O Fast Track aprimora a agilidade e a qualidade dos serviços de saúde em São Caetano, reduzindo tempos de espera, racionalizando recursos e elevando a experiência do paciente, garantindo ainda uma interface com a Atenção Básica, por meio da contrarreferência instituída para pacientes elegíveis com condições clínicas pré-definidas, visando uma linha de cuidado e manejo contínuos”, destaca a secretária municipal de Saúde, Adriana Berringer.
Dessa forma, há uma diminuição no tempo de espera em cada fase, mantendo a segurança de um atendimento com alto padrão de qualidade e melhorando a percepção e a satisfação dos pacientes.
“Hoje tive uma experiência muito mais positiva do que das outras vezes que vim”, atestou Grecielly da Silva Alves, de 28 anos. Moradora do Bairro Oswaldo Cruz, a assistente administrativa buscou atendimento no HMEAS nesta quinta-feira (4/9), por conta de dores e inchaços nos joelhos, e relatou tempo de permanência total na unidade (triagem, consulta e medicação) de 30 minutos.
“Melhorou mesmo. Está muito mais rápido”, elogiou Cilene dos Santos Cândida, de 53 anos. A diarista, moradora do Bairro São José, já utilizou o Fast Track em duas oportunidades: no domingo (31/8), por conta de dores nas costas, e nesta quinta-feira por uma crise de labirintite.
COMO FUNCIONA
É feita uma triagem inicial onde o enfermeiro classifica o risco. Pacientes classificados como verde ou azul são encaminhados para o Fast Track, uma área com consultórios e equipes específicas. Essa separação física e de equipe permite um atendimento mais rápido e focado, com decisão de alta imediata ou encaminhamento para a UDC (Unidade de Decisão Clínica) para observação breve, evitando a sobrecarga das áreas de urgência.
Todo o processo de atendimento (triagem, avaliação médica, medicação / exames) é realizado em uma linha contínua. Dessa forma, o paciente não retorna à recepção – com a nova linha de atendimento foi criada também uma nova saída do HMEAS, exclusiva do Fast Track.
Os pacientes atendidos pelo Fast Track são aqueles que durante a consulta de triagem foram identificados com quadro sem gravidade. Exemplos incluem resfriados comuns, diarreia leve, dores lombares baixas, tosse, infecções urinárias sem complicação, dor de cabeça leve, mialgia, mal-estar, náuseas e vômitos sem desidratação, e alergias não especificadas.
SISTEMA DE MANCHESTER
Em paralelo, a fim de garantir melhor assertividade, qualidade e segurança na classificação de risco, foi implementado o Sistema de Manchester, que funciona como um “farol de prioridades” na entrada do hospital.
O Sistema de Manchester é um dos principais métodos de classificação de risco de pacientes do mundo. Ele prioriza os atendimentos de acordo com a gravidade, a partir da classificação por cores: vermelho (emergência – atendimento imediato), laranja (muito urgente – até 10 minutos), amarelo (urgente – até 60 minutos), verde (pouco urgente – até 120 minutos) e azul (não urgente – até 240 minutos).
Enfermeiros treinados avaliam rapidamente os sintomas e classificam a urgência do paciente. Essa triagem é a peça-chave do Fast Track, pois direciona os casos menos graves (cores verde e azul) para a linha de atendimento exclusiva.
Isso agiliza o atendimento desses pacientes, evitando longas esperas, e simultaneamente libera os recursos da emergência para os casos mais críticos (vermelho, laranja, amarelo), garantindo que cada paciente receba a atenção adequada, com a prioridade correta.
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Fonte: PMSCS | Texto: Mark Ribeiro/PMSCS