Concentração, domínio de palco, flexibilidade e leveza foi o que o público viu quando Carollyne Bailarina subiu ao palco do Teatro Municipal Maestro Flavio Florence, em Santo André, na noite da última segunda-feira (15). A jovem foi uma das participantes do primeiro Expressa+, festival de talentos das pessoas com deficiência, que reuniu cerca de 230 pessoas.
Carollyne Vitória de Oliveira Ribeiro é o nome da jovem no RG, mas para suas apresentações artísticas ela é Carollyne Bailarina. Aos 23 anos, já tem muita experiência de palco e por ficar muito feliz quando dança, quer ser bailarina de profissão. Vestida de colant e saia de tule vermelhos, recebeu aplausos animados quando fez o espacate (abertura de pernas em 180º) em sua apresentação.
O evento contou com 21 apresentações, em linguagens artísticas variadas, como maracatu, percussão, coral, violão, canto, ballet, street dance, rap e samba, inclusive com uma homenagem à sambista Dona Ivone Lara, primeira mulher a assinar a composição de um samba-enredo no Brasil. No saguão do teatro, o Expressa+ promoveu, ainda, a mostra de desenhos e pintura de artistas visuais com deficiência.
O Expressa+ foi totalmente acessível, contando com, além da acessibilidade física, intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), audiodescrição e esteniotipia – uma técnica de escrita ultrarrápida, usando uma máquina especial, para transcrever falas em tempo real, criando legendas e transcrições precisas para pessoas com deficiência auditiva, surdas ou para atas de eventos.
“O Festival é uma oportunidade de mostrar que as pessoas com deficiência são protagonistas de suas próprias histórias e talentos. Este evento evidencia potencialidades, amplia vozes e reforça o compromisso de Santo André como uma cidade verdadeiramente inclusiva”, diz a secretária da Pessoa com Deficiência, Valéria Romera Marcelino.
A iniciativa, uma realização da Secretaria da Pessoa com Deficiência, contou com a parceria da empresa STNCaption, responsável pelos serviços de esteniotipia, e pelo Instituto Mauá de Tecnologia, que desenvolveu o conceito e produziu os troféus entregues aos participantes.
Usuária do CRPD (Centro de Referência da Pessoa com Deficiência) de Santo André, Iracema Barbosa, de 50 anos, subiu no palco para cantar com outras duas amigas. Iracema aprende Braille (sistema universal de leitura e escrita tátil, com pontos em relevo), e participa da oficina de música e de dança no CRPD. “Quando eu canto me sinto realizada, empoderada e feliz. Eu expresso todos os meus sentimentos cantando”, contou Iracema.
Essa foi a segunda vez que Iracema subiu no palco do Teatro Municipal. Ela já se apresentou dançando e, por se sentir muito bem fazendo arte, não ficou nervosa. “Achei o festival uma iniciativa muito legal, uma oportunidade muito boa para que nós, que temos cada um a sua deficiência, possamos nos expressar e ver que somos todos iguais”, comemorou.
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Fonte: PMSA | Texto: Paola Zanei/PMSA
