O Governo Federal lançou nesta sexta-feira (30) o programa Agora Tem Especialistas, em parceria com estados e municípios, com o objetivo de reduzir as filas de espera do SUS e ampliar o acesso a consultas, exames e cirurgias especializadas em todo o país. A iniciativa prevê o uso da rede pública e privada de saúde para acelerar atendimentos e melhorar o tratamento de doenças como o câncer, principal causa de morte em 10% dos municípios brasileiros.
Radioterapia reforçada com 121 novos equipamentos até 2026
O Ministério da Saúde anunciou a aquisição de 121 aceleradores lineares até 2026, equipamentos fundamentais no tratamento do câncer com radioterapia. Três desses aparelhos já foram entregues ao Hospital Estadual de Bauru, ao Hospital São Paulo (Unifesp) e à Santa Casa de Piracicaba.
Na cerimônia de lançamento no Hospital São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a entrega dos novos equipamentos “vai mais do que dobrar o número de pacientes atendidos com mais rapidez e precisão”. O programa prevê a consolidação do cuidado oncológico no SUS como a maior rede pública de prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer do mundo.
Carretas especializadas e telessaúde para regiões desassistidas
O Agora Tem Especialistas vai levar atendimento a áreas remotas com 150 carretas equipadas com consultórios móveis, exames como mamografia, raio-X, tomografia e até estrutura para pequenas cirurgias e biópsias. Também serão destinados 6.300 veículos para transporte sanitário, com prioridade para pacientes oncológicos, beneficiando até 1,2 milhão de pessoas por mês.
Outro pilar do programa é o fortalecimento da telessaúde, com serviços de telediagnóstico, teleconsultoria e telepatologia, que podem reduzir em até 30% o tempo de espera por atendimento especializado.
Ampliação da rede especializada e mutirões
O plano inclui o credenciamento de clínicas, hospitais privados e filantrópicos para oferecer serviços do SUS em áreas como oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Além disso, mutirões e ampliação dos turnos de atendimento serão realizados para aproveitar a capacidade já instalada nas redes estadual, municipal e federal.
Hospitais privados e planos de saúde poderão também prestar atendimento como forma de ressarcimento de dívidas com a União, aumentando a oferta de procedimentos.
Comunicação digital com o paciente
O aplicativo Meu SUS Digital será aprimorado para alertar pacientes sobre agendamentos, exames e cirurgias, por meio de mensagens push, WhatsApp e SMS. A meta é tornar o contato mais eficiente e reduzir faltas e atrasos nos atendimentos.
Formação de especialistas e apoio às regiões com déficit médico
A distribuição de médicos especialistas no Brasil ainda é desigual — segundo a Demografia Médica 2025, a maioria está concentrada nos grandes centros urbanos e na rede privada. Para mudar esse cenário, o governo prevê a formação de 3.500 novos profissionais em áreas prioritárias, com 500 vagas destinadas ao Mais Médicos Especialistas.
Impacto e urgência: tempo é vida
De acordo com o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), o Brasil registra 370 mil mortes por ano por doenças não transmissíveis associadas ao atraso no diagnóstico. Já o INCA aponta que os custos com câncer aumentam em 37% quando o diagnóstico e o tratamento são tardios.
Como destacou Rodrigo Stabeli, coordenador da Força Nacional do SUS, durante entrega do acelerador em Bauru: “O objetivo do programa é claro: reduzir o tempo de espera no SUS, porque tempo é vida”.
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*Com informações: Ministério da Saúde