A greve dos funcionários de coleta de lixo e limpeza pública, em São Bernardo, entra nesta quarta-feira (8/2) no terceiro dia. O movimento é reflexo de um impasse financeiro entre a Prefeitura e a SBC Valorização de Resíduos S/A, que é composta pela Revita S/A e Lara Central de Tratamento de Resíduos, consórcio responsável pelo gerenciamento de resíduos na cidade. Segundo o Siemaco ABC (Sindicato dos Empregados em Empresa de Prestação de Serviços), mais de 800 trabalhadores que prestam serviços para o consórcio estão com os salários atrasados em razão do repasse de valores pendentes por parte da Administração.
A empresa alega que se encontra em difícil quadro financeiro. “Tentamos aprovar empréstimos junto aos bancos, com o objetivo de captar dinheiro para pagar os salários dos colaboradores, mas, infelizmente, todas as negociações foram reprovadas”, informou por meio de nota.
A Prefeitura informa que a SBC Valorização de Resíduos S/A já recebeu nos últimos 4 anos a quantia de R$ 728 milhões e deveria ter recurso suficiente para pagar em dia os trabalhadores. “Sabemos da nossa responsabilidade, mesmo esclarecendo que a dívida alegada pela empresa em nota oficial, se refere a medições do trabalho realizado durante gestão anterior a esta”, ressalta.
Sobre o contrato da empresa, fruto de uma PPP (Parceria Público-Privada), cuja licitação foi realizada em 2011, o processo de auditoria do contrato foi fiscalizado pela Agência Reguladora do município, identificando apontamentos de irregularidades e ilegalidades. Ainda segundo a nota, a Prefeitura notificou o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, a fim de obter uma liberação ou impedimento da continuidade do contrato.
Assim, a Prefeitura aguarda decisão judicial para tomar providências quanto à continuidade ou rescisão do mesmo. “Diante das ações da SBC Valorização de Resíduos, a Prefeitura está tomando medidas legais e cabíveis para restabelecer a coleta de lixo na cidade no menor tempo possível”, diz a nota.
Enquanto isso, a coleta de lixos é realizada nos corredores comerciais, com os próprios funcionários da Prefeitura e da Frente de Trabalho, de forma emergencial. A operação é feita com 24 caminhões basculantes, 7 caminhões, tipo carrocerias; 1 retroescavadeira; 4 pás carregadeiras; outros 20 caminhões e cerca de 130 funcionários de toda a Administração.
Fonte: Reporter Diário