Mercado brasileiro de educação estrangeira cresceu 23% em 2017 e movimentou entre U$ 2,7 e U$ 3 bilhões em programas educacionais
Quando se fala em aprender outro idioma, logo vem à mente uma sala de aula e livros repletos de exercícios. Apesar de ser a forma tradicional de aprender outra língua, aprimorar-se fora desse ambiente faz com que os alunos estudem de maneira mais didática e prazerosa. É assim que acontece nos chamados intercâmbios, onde os estudantes têm a oportunidade de se envolver não só com o idioma, mas também com a cultura do país em que visita. Além disso, adquire novas experiências e desenvolve habilidades que antes não conhecia.
Assim, passar um tempo no exterior é um investimento que se transforma em bagagem cultural, pessoal e profissional. A vivência proporciona aprendizados que tornam os alunos mais preparados para saberem lidar com seus próprios limites. São ensinamentos que vão além da sala de aula e acompanham os adolescentes para o resto da vida.
De acordo com a Pesquisa Selo Belta, realizada pela Associação Brasileira de Agência de Intercâmbio, o mercado brasileiro de educação estrangeira cresceu 23% em 2017 e alcançou a marca de 302 mil estudantes. No total, os brasileiros movimentaram entre U$ 2,7 e U$ 3 bilhões em programas educacionais.
Embora o inglês e o espanhol apareçam como as línguas mais procuradas, a pesquisa revelou que idiomas como alemão, francês, italiano, japonês e mandarim também ganharam destaque. No Colégio Oshiman, localizado na Vila Mariana, SP, o calendário de intercâmbios é diversificado. Nas férias de julho, o Colégio proporciona aos alunos a possibilidade de vivenciar a cultura de países como Irlanda, Inglaterra, Espanha, Canadá, Peru e Chile. No entanto, o mais procurado é o “Shisetsudan” – uma viagem de intercâmbio ao Japão de 45 dias, entre os meses de dezembro e janeiro.
O intercâmbio surgiu no Colégio com o objetivo de ensinar aos jovens a importância de conhecer a cultura do próximo e, consequentemente, respeitá-lo. De acordo com a diretora do Colégio Oshiman, Mayumi Madueño, o Shisetsudan já faz parte da história dos alunos há 45 anos e, em 2018, levará ao Japão a 21ª delegação – composta por 31 adolescentes –, a fim de aprimorar os conhecimentos sobre a língua, a cultura e as tradições do povo japonês. “No intercâmbio, os alunos descobrem que possuem habilidades e talentos que, até então, desconheciam. Nossa intenção é fazer com que eles vivenciem o maior número de situações possíveis para que possam se conhecer melhor e, ainda, entender e respeitar as particularidades do próximo”, explicou Mayumi.
Realizado a cada dois anos, o Shisetsudan é uma viagem repleta de atividades nas quais os jovens terão de saber como se comportar, agir e reagir. Eles terão contato com personalidades políticas, participação em cerimônias tradicionais, saudação ao Imperador no Palácio Imperial, visitação a templos e museus importantes, além de ficarem hospedados na casa de famílias tradicionais. Antes da viagem, os alunos passam por um treinamento de idioma e etiqueta dos costumes japoneses, para que estejam mais bem preparados para viverem tais experiências.
São 45 dias longe da família, em uma imersão que engloba diversas cidades do País, tais como: Tokyo, Kyoto, Hiroshima, Hokkaido, Tottori, Ilha de Miyajima, entre outras. “Os alunos voltam totalmente diferentes. O distanciamento dos pais faz bem para o desenvolvimento e maturidade deles; e eles se sentem mais seguros, tanto no idioma, como para lidar com as ocasiões do dia a dia. Ali eles convivem com pessoas diferentes e precisam saber lidar com seus próprios limites. Além disso, aprendem a valorizar mais a família”, finalizou Mayumi.
FONTE: Liberdade de Ideias