Yuri, Gustavo, Natan, Deivison, Enoque e Emanuel. Os seis meninos ouviram as falas dos adultos com grande atenção, afinal, aquelas pessoas estavam em volta dos jardins que eles se dedicam a cuidar. É que na última quinta-feira (23/10), num trecho do canteiro localizado ao longo do Córrego da Pedreira de Santa Luzia, na avenida Hermínio Pegoraro, foi realizado o plantio de três mudas da espécie Ipê, nas cores roxo, amarelo e rosa. O plantio foi em referência ao Outubro Rosa, de prevenção ao câncer de mama, e ao combate à violência contra a mulher, numa atividade que também integra as ações do Programa “A Árvore da Minha Vida”, da Secretaria de Meio Ambiente, em que as mudas recebem o nome de quem plantou.
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Na ocasião, as secretárias de Assistência Social, Fernanda Oliveira, e a de Políticas Públicas para Mulheres, Cida Maia, e a indígena Maura Akã mbareté Guaianá-Muiramomi, que mora em frente ao local, fizeram o cultivo destas mudas no chão.
Cercados dos moradores das imediações, os presentes destacaram a importância da preservação ambiental, reforçada com o plantio dos ipês. “Vocês estão de parabéns. A árvore tem uma simbologia muito forte que se assemelha às mulheres, pela força e resistência. Quando a questão é a prevenção e o combate ao câncer, as mulheres não devem ter medo de fazer o exame e do diagnóstico e devem fazer o tratamento”, declarou Fernanda.
Os moradores inicialmente começaram limpando o local, há alguns anos, retirando colchões e móveis, que eram jogados dentro do córrego. Depois, começaram a fazer o plantio, de onde já colheram e distribuíram por toda a vizinhança 10 sacos de abacates.
Com isso, as pessoas também se aproximaram. “Eu sofri um acidente e pessoas que mal se conversavam passaram a entrar na minha casa”, relembra Maria de Fátima Pereira Moura. Ela foi atropelada e, na época, também cuidava do filho doente. “A Maura e o marido e a Juliana e o marido passaram a cuidar da gente”, emociona-se. “Aqui tudo era terra, um lixão. Começamos tirando lixo do rio, cultivamos e, até hoje, cuidamos daqui”, relata Maria de Fátima, que mora há 27 anos na avenida.
“Queremos plantar as árvores colocar o nome da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres como uma forma de demonstrar que a mulher não está sozinha. Que estamos em todos os cantos da cidade e buscamos combater a violência. As árvores representam também que, neste cenário de crise climática, são as mulheres que mais sofrem quando tem uma ocorrência de enchente ou deslizamento. Afinal, as mulheres são maioria dos chefes de família”, explicou Cida Maia.
“A gente não deixa as pessoas arrancarem as flores e nem jogar lixo”, afirma o Yuri, de 10 anos, enquanto cuida do irmão Emanuel. “Plantei um monte de coisa aqui, de flor e de fruta. E aqui a gente vê de tudo: borboleta, cobra, sapo, passarinho, grilo… Eu não gosto de ver ninguém estragando nada aqui”, afirma Gustavo, também de 10 anos. Agora, os seis meninos também se comprometeram, alegremente, a cuidar dos três ipês.
Fonte: PMM
