O emprego com carteira assinada tem perdido espaço junto às novas gerações no Brasil. Uma pesquisa recente do Datafolha revela que 58% dos brasileiros já preferem trabalhar de forma autônoma. Entre os jovens de 16 a 24 anos, essa preferência é ainda maior, chegando a 68%, indicando uma mudança cultural significativa no panorama profissional do país. “A flexibilidade, mais do que a estabilidade ou o salário, desponta como a grande prioridade para essa fatia da população”, destaca Rodrigo Barreto, economista e professor de Administração da FEI (Fundação Educacional Inaciana)
A pesquisa Carreira dos Sonhos 2025, por exemplo, aponta que 41% dos entrevistados colocam a qualidade de vida acima da segurança financeira, um contraste importante com gerações anteriores. Além disso, um levantamento do Instituto Locomotiva mostra que 63% dos brasileiros enxergam o registro em carteira como um obstáculo para o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. O crescimento das plataformas de transporte, entregas e e-commerce contribuiu para solidificar a ideia de que a autonomia pode ser mais vantajosa que a segurança de um emprego fixo.
Os impactos dessa tendência já são sentidos no dia a dia das empresas. De acordo com a Fiesp, mais de 20% das indústrias em São Paulo não conseguem preencher vagas abertas, e 77% classificam a contratação como “difícil”. O docente da FEI destaca que, apesar da necessidade de qualificar 2,2 milhões de profissionais até 2027, conforme aponta o Mapa do Trabalho Industrial, a participação de jovens no emprego formal do setor industrial caiu quase pela metade em duas décadas.
Para reverter esse cenário, economistas apontam dois caminhos essenciais: o alívio dos encargos trabalhistas e a oferta de jornadas menos rígidas. Rodrigo Barreto enfatiza: “nos dias atuais, o tempo é o recurso mais precioso que temos; insistir em jornadas engessadas é receita certa para afastar bons profissionais. A rigidez dos modelos tradicionais de trabalho entra em choque direto com a busca por flexibilidade e qualidade de vida da nova geração de trabalhadores.”
No atual cenário, na avaliação de Barreto, salários mais altos e horários adaptáveis podem reconquistar essa geração e evitar que o apagão de mão de obra se agrave nos próximos anos. “A necessidade de se adaptar às novas expectativas dos jovens profissionais se torna crucial para as empresas que desejam atrair e reter talentos em um mercado de trabalho em constante transformação” finaliza Rodrigo Barreto.
Sobre a FEI:
Com mais de oito décadas de tradição, a FEI (Fundação Educacional Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros) se destaca entre as instituições de Ensino Superior no Brasil nas áreas de Administração, Ciência da Computação, Ciência de Dados e Inteligência Artificial e Engenharia. Referência em gestão, inovação e tecnologia, a FEI já formou mais de 60 mil profissionais e tem como propósito proporcionar conhecimento aos seus alunos por todos os meios necessários, visando à construção de uma sociedade desenvolvida, humana, sustentável e justa, por meio do ensino, pesquisa e extensão.
A FEI faz parte da Companhia de Jesus e oferece cursos de Administração, Ciência da Computação, Ciência de Dados e Inteligência Artificial e Engenharias – habilitações em Engenharia Civil; Engenharia de Automação e Controle; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica e Engenharia Mecânica com ênfase Automobilística; Engenharia Química e a primeira graduação em Engenharia de Robôs do País, sendo o maior polo educacional de robótica inteligente da América Latina.
Acompanhando as megatendências mundiais para o futuro, a FEI participou da formulação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Engenharia e Administração, propondo ao Ministério da Educação conceitos de interdisciplinaridade e empreendedorismo, que fazem com que os alunos tenham uma formação mais ampla e alinhada com as transformações tecnológicas.
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Fonte: CDI Comunicação