
Domingo femenageamos as mães. Mas a data também remete a uma reflexão dos movimentos negros brasileiros sobre o 14 de Maio, que, passados os 135 anos de uma falsa abolição em 1888, ainda marca a luta da população negra para garantir os direitos básicos a sua existência.
Portanto, urge reverenciar a Mãe Negra, Luísa Mahin, uma mulher africana escravizada que viveu no Brasil durante o século XIX e ficou conhecida por sua participação ativa nas lutas pela abolição da escravidão e pela independência do Brasil.
Luísa Mahin nasceu em algum momento entre os anos de 1812 e 1817, provavelmente na região da Costa da Mina, na atual Gana. Ela foi trazida ao Brasil como escrava ainda jovem e, por meio do seu trabalho de quituteira, conseguiu comprar sua alforria.
Luísa ficou conhecida por sua participação em diversas rebeliões, incluindo a Sabinada em 1837, na qual ela foi uma das líderes. Ela também teria participado da Revolta dos Malês em 1835, um movimento liderado por africanos muçulmanos que buscavam a liberdade e a igualdade de direitos.
Naquele período, todo e qualquer processo de organização de africanos escravizados e africanas escravizadas era temido pelos senhores, que ao longos dos tempos foram criando legislações de controle aos corpos negros, impondo o medo por meio de repressão. Mas Luísa foi uma grande guerreira que não só não se intimidou como ainda nos deixou como legado seu filho Luís Gama, que herdou o abolicionismo e o desejo de lutar por libertação.
Luísa Mahin é considerada uma figura importante na luta pela liberdade e pela igualdade no Brasil. Sua história foi pouco registrada em documentos oficiais, mas seu papel na história do país é reconhecido e celebrado por muitos hoje em dia. Em 2019, o nome de Luísa Mahin foi incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
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Fonte: PMD / Por: Márcia Damaceno