Durante agendas diplomáticas realizadas na Europa e na 66ª Cúpula do Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o empenho do Brasil na consolidação de acordos comerciais estratégicos para o bloco sul-americano.
No último domingo (8), em Mônaco, Lula participou de um almoço de trabalho com o presidente do Conselho Europeu, António Costa. Na ocasião, o presidente brasileiro reiterou a expectativa de que o Acordo Mercosul-União Europeia possa ser assinado até o fim deste ano, durante a presidência brasileira do bloco, que se inicia em julho. O acordo, segundo Lula, é compatível com os interesses ambientais e comerciais das duas regiões e representa uma resposta ao aumento do protecionismo global.
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De acordo com o governo brasileiro, o tratado com a União Europeia — o maior já firmado pelo Mercosul — contempla 20 capítulos e prevê estímulo ao comércio, à modernização industrial e ao aumento de investimentos estrangeiros no país. Em 2023, a UE foi o segundo principal parceiro comercial do Brasil, com uma corrente de comércio de US$ 92 bilhões.
O encontro com Costa também abordou a cooperação climática e a participação da União Europeia na COP30, que será sediada pelo Brasil em Belém, em novembro. O presidente destacou o papel europeu na viabilização de financiamentos internacionais voltados à transição energética e ao combate ao aquecimento global.
No mesmo dia, Lula discursou no encerramento do Fórum de Economia e Finanças Azuis, em Mônaco, evento ligado à Terceira Conferência da ONU sobre os Oceanos. O presidente reforçou a importância da preservação dos mares e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
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Já na quarta-feira (2), durante a 66ª Cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, foi anunciado o encerramento das negociações do acordo comercial entre o bloco sul-americano e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), integrada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. O tratado, que estava em discussão desde 2017, é visto como mais um avanço nas relações comerciais do Mercosul com economias de alta renda.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que o acordo com a EFTA garantirá acesso facilitado a 100% das exportações industriais do bloco e deve contribuir para o crescimento econômico e a geração de empregos. Apesar da conclusão das negociações, o tratado ainda depende de ratificação interna nos países signatários.
A EFTA reúne um PIB conjunto de US$ 1,4 trilhão e apresenta desempenho expressivo no comércio de serviços, com importações de US$ 284 bilhões em 2024. Com a ratificação, o novo acordo ampliará a presença do Mercosul em mercados estratégicos e diversificados.
Na quinta-feira (3), Lula participou da reunião oficial entre chefes de Estado do Mercosul e assumiu a presidência rotativa do bloco pelos próximos seis meses.