
Acordo vale por quatro anos e inclui manutenção do nível de emprego, data-base, PLR e a vinda de novos investimentos e contratações
Após um intenso processo de negociações, organização dos trabalhadores e luta, a Rassini fica em São Bernardo. A empresa tinha comunicado em março a intenção de encerrar as atividades na região e levar a produção para o sul de Minas. A conquista foi anunciada pelo Sindicato aos trabalhadores em assembleia na tarde de ontem.
O acordo negociado tem validade de quatro anos e confirma a permanência da Rassini; novos investimentos; manutenção de, no mínimo, 271 postos de trabalho; data-base (INPC + 1% de aumento real a cada ano); conceito da PLR já negociado e contratação de novos trabalhadores.
O secretário-geral do Sindicato, Moisés Selerges, destacou que a organização no local de trabalho foi fundamental no processo.
“A vitória só foi possível por conta da organização e do Sindicato que tem história de luta. Mas, por mais esforço que fizéssemos, dependíamos de uma resposta dos acionistas no México e no Japão. A resposta positiva veio agora e essa conquista é de cada um, para ser muito comemorada com seus familiares”, afirmou.
“O cenário da negociação foi agravado pela guerra fiscal no país, em que uma região tem ICMS diferente de outra em uma disputa desigual. Por isso, é urgente uma reforma tributária no Brasil. Também impactou a falta de política econômica e industrial do governo. Foi um processo penoso e difícil até a conquista da vitória”, prosseguiu.
São cerca de 350 companheiros e companheiras na fábrica, incluindo pessoal de contrato por prazo determinado.
O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, reforçou que o acordo traz previsibilidade para que os trabalhadores possam planejar suas vidas.
“Todo o processo foi discutido com responsabilidade junto aos trabalhadores em busca do melhor caminho possível. A reversão da decisão da empresa e a conquista de um acordo de quatro anos trazem tranquilidade, mas não podemos descansar. Essa vitória tem que ter manutenção no dia a dia. Temos que continuar mobilizados e organizados em defesa dos empregos e dos direitos”, disse.
O CSE na Rassini Antônio Elandio Bezerra, o Nando, contou sobre o clima na fábrica. “O pessoal estava muito preocupado com a situação. Desde março havia o risco de a empresa sair daqui, em um ambiente de pandemia no país, alto desemprego, falta de política industrial e ataques aos direitos. Essa vitória nos permite respirar mais aliviados”, afirmou.
Fonte: SMABC