O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quinta-feira (24) que o país reconhecerá oficialmente o Estado Palestino durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. A confirmação foi feita em publicação na rede social X, acompanhada de carta enviada ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
“Fiel ao seu compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina”, declarou Macron.
A medida, segundo o presidente, também tem como objetivo apoiar um cessar-fogo imediato em Gaza, garantir ajuda humanitária à população civil, libertar reféns e promover a desmilitarização do Hamas.
Primeira potência ocidental a adotar a medida
Com essa decisão, a França se tornará a primeira grande potência ocidental a reconhecer oficialmente o Estado Palestino, unindo-se a outros 146 países que já deram esse passo, entre eles Brasil, Espanha, Noruega e Irlanda, estes três últimos com anúncios recentes em 2024.
O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot, informou que o cônsul francês em Jerusalém entregou oficialmente a carta de Macron à Autoridade Palestina. Em resposta, o vice-presidente da Autoridade Palestina, Hussein Al Sheikh, agradeceu a iniciativa, afirmando que a medida reflete o compromisso francês com o direito internacional e o direito do povo palestino à autodeterminação.
Reações internacionais à decisão francesa
A decisão foi duramente criticada por autoridades israelenses. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a medida como uma ação que “recompensa o terror e corre o risco de criar mais um representante do Irã”.
Já o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, chamou a decisão de “uma vergonha e uma rendição ao terrorismo”.
Por outro lado, o grupo Hamas considerou o anúncio “um passo positivo na direção certa para alcançar justiça para o povo palestino”, reforçando a importância do reconhecimento internacional de seu direito à autodeterminação.
Os Estados Unidos, que já haviam se posicionado contra um reconhecimento unilateral do Estado Palestino, ainda não emitiram comentário oficial sobre o anúncio francês.
Impacto diplomático e possíveis desdobramentos
Segundo analistas, a medida francesa pode incentivar outros países europeus a reverem suas posições sobre o reconhecimento da Palestina, ampliando o debate sobre a solução de dois Estados como caminho para uma paz duradoura no Oriente Médio.
A decisão também reforça a posição da França como um ator diplomático relevante, capaz de influenciar negociações internacionais e abrir espaço para novos diálogos na ONU.
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Foto: @emmanuelmacron