Os trabalhadores que atuam nas duas cooperativas de reciclagem de São Bernardo receberam importante notícia durante o evento de comemoração dos 25 anos da Cooperluz e Reluz, na noite desta sexta-feira (16/5), na Pinacoteca: a renovação do termo de colaboração para remuneração das cooperativas pelo serviço prestado. Com a assinatura, o acordo vai aumentar em 51% o valor pago por tonelada arrecadada, o que significa que o valor de referência será reajustado de R$ 123,13 para R$ 185,96. Hoje, os dois equipamentos são considerados pilares da gestão sustentável de resíduos no município, onde a coleta seletiva assume dupla relevância: ambiental, ao garantir a destinação adequada de resíduos recicláveis, e social, ao fomentar trabalho e renda.
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O reajuste representa, sobretudo, a valorização, por parte da gestão do prefeito Marcelo Lima, do trabalho realizado pelos 81 catadores formais de recicláveis que trabalham na triagem e separação dos materiais nos dois equipamentos, criados a partir do encerramento das atividades do antigo Lixão do Alvarenga, na divisa do município com Diadema, em 2000. A correção do valor de referência significa que, quanto mais a população fizer a destinação correta dos resíduos sólidos, mais material os catadores irão triar e, assim, aumentar os ganhos das cooperativas e o preço por serviço ambiental prestado por cada colaborador (baseado em suas horas trabalhadas).
No anfiteatro lotado da Pinacoteca, o prefeito Marcelo Lima agradeceu o trabalho de todas as pessoas que trabalham com materiais recicláveis, fez questão de homenagear antigos catadores do Lixão do Alvarenga e ambientalistas que lutaram pelo fim do lixão e pela criação das duas cooperativas. Luta que hoje faz de São Bernardo uma das cidades do País que mais recicla resíduos secos, contribui para para redução de materiais que são destinados a aterros sanitários, colabora para o meio ambiente e gera renda em São Bernardo, além de dar dignidade às pessoas que trabalham na triagem e separação dos recicláveis.
“Hoje não é apenas um dia de festa, mas um dia de reflexão sobre a importância do trabalho que vocês fazem, tanto para São Bernardo quanto para o meio ambiente. Quero dizer ainda que tenho orgulho de vocês, porque se chegaram até aqui, e hoje trabalhando em locais com totais condições de fazer um trabalho fundamental, com vestiário, água, luz, vestiários, equipamentos de segurança e esteiras, entre outros, isso se deve à luta de vocês. Muito obrigado por vocês deixarem essa cidade mais bonita e mais alegre”, frisou o prefeito Marcelo Lima.
Além do chefe do Executivo, participaram da homenagem aos trabalhadores e da comemoração dos 25 anos das cooperativas a vice-prefeita Jéssica Cormick, secretários municipais e vereadores. Um dos momentos marcantes do evento foi quando a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal de São Bernardo, Ruth Cristina Ramos, chamou ao palco quatro mulheres que também participaram desde o início da luta pelo fim do lixão e a criação das cooperativas. As quatro receberam arranjos de flores, em gesto que serviu também para homenagear todas as pessoas presentes que trabalham com materiais recicláveis.
BENEFICIÁRIOS – Presidente da Reluz, Claudemir Sebastião da Silva lembrou que trabalhava como catador de recicláveis nas ruas e está na cooperativa desde a criação do equipamento, quando foi chamado para trabalhar no centro de triagem, dentro do projeto Criança no Lixo Nunca Mais. “Atualmente, nós estamos dentro da cooperativa, equipamento do governo, com bom material para fazer nosso trabalho. Graças ao prefeito, que sempre teve respeito e ajudou os catadores, a gente vai ganhar mais com o aumento no repasse. E pelo trabalho que a Prefeitura vem fazendo para que a gente tenha mais material, podemos ganhar ainda mais e até aumentar o número de pessoas na cooperativa. Hoje temos 36, mas com capacidade para até 45. E vamos chegar nesse número.”
Maria Lúcia Souza dos Santos, que está pela terceira vez no comando da Cooperluz, também trabalhou como catadora no antigo do Lixão e não escondeu a emoção ao lembrar das dificuldades que ela e outros enfrentaram ao longo de anos naquele espaço ilegal de descarte de resíduos. “Hoje é um orgulho enorme que tenho no meu coração, e me sinto sinto muito feliz por ver aonde chegamos. E também não sou só eu, mas também os companheiros que estão juntos, porque sozinhos a gente não chega a lugar nenhum. Mas se todo mundo estiver junto, um ajudando o outro, a gente consegue chegar onde queremos”, disse, com os olhos marejados.
NÚMEROS – Só no ano de 2024 foram encaminhadas 14.758,41 toneladas de resíduos secos às centrais de triagem, o que representa uma média de 4,91% de resíduos desviados do aterro e reforça a expectativa de atingir as metas nacionais apresentadas no Planares (2020) para a região Sudeste, sendo o mínimo de 6%, o equivalente a 15.643,91 toneladas, em 2027, e chegando a um aumento de 25,8% no ano de 2043, de acordo com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, elaborado em 2023.
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Fonte: PMSBC