A marcha “O Clima Tá Tenso” reuniu neste sábado (14/6) milhares de pessoas em defesa da legalização da cannabis, unindo pautas ligadas à liberdade, aos direitos civis e à reparação social. O ato contou com a presença de artistas, movimentos sociais e representantes de diversos setores da sociedade.
Entre os participantes, estiveram o rapper Marcelo D2 e representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que integraram as reivindicações da passeata.
Cannabis: pauta une liberdade, direito e reparação social
A marcha abordou três eixos principais:
- Liberdade: defesa do livre uso da maconha sem repressão de autoridades;
- Direito: legalização e regulamentação do uso e cultivo da planta;
- Reparação: justiça para pessoas criminalizadas injustamente por tráfico.
O diretor estadual do MST, Luciano Carvalho, ressaltou o alinhamento do movimento com as bandeiras da marcha.
“A marcha é um movimento tão grande, com ampla presença da juventude, que é contra discriminação e preconceitos. E aí a gente falou: por que não juntar essas pautas? Levantar nossas bandeiras contra um Estado opressor, um latifúndio agressor e contra o preconceito.”
Marcelo D2 critica atraso na legalização no Brasil
O rapper Marcelo D2, ativista histórico da causa, destacou o papel social e comunitário da marcha.
“Eu acho que é um encontro de comunidade. É muito importante estar aqui. É meio distópico que em 2025 ainda seja necessário fazer uma marcha para legalizar a maconha, para acabar com a violência. Enquanto quase toda a América do Sul tá legalizada, a gente tá aqui no meio ilegal.”
Cannabis medicinal: relatos de vida e resistência
Além das pautas políticas, participantes também destacaram os benefícios medicinais da cannabis, especialmente no tratamento de transtornos mentais e traumas.
Bekoy, 41 anos, de origem Tupinambá, relatou como o uso do óleo de cannabis foi fundamental em sua recuperação:
“Eu sofri abuso sexual até meus 32 anos. Vivi uma vida inteira de violência. Foi através da maconha que consegui viver. É por isso que eu estou aqui hoje na marcha. Essa planta salva vidas.”
O ato reforça o debate sobre a descriminalização e a regulamentação da cannabis no Brasil, tema que vem ganhando espaço em setores do Legislativo, do Judiciário e da sociedade civil organizada.
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*Com informações: Agência Brasil
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil