O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (23) que o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia será assinado em 20 de dezembro. A fala ocorreu após agenda do G20, em Joanesburgo, e projeta a formalização ainda em 2025. Segundo o presidente, o ato de assinatura deve ocorrer no Brasil, em agenda vinculada à Cúpula do Mercosul; a reunião de líderes poderá ser remarcada para o início de janeiro em Foz do Iguaçu, mas a assinatura permanece prevista para 20 de dezembro.
“É um acordo que envolve praticamente 722 milhões de habitantes e US$ 22 trilhões de Produto Interno Bruto (PIB)… possivelmente seja o maior acordo comercial do mundo.”
O que está em jogo
- Escala econômica: Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) + UE somam centenas de milhões de consumidores e um PIB combinado trilionário, com potencial de abrir mercados para indústria, agro e serviços.
- Roteiro de assinatura: o governo brasileiro projeta formalizar o texto em 20/12 e seguir com etapas internas de aprovação em cada bloco.
- Próximos passos: após a assinatura, o acordo passa por procedimentos legislativos na UE (Parlamento Europeu e países-membros) e no Mercosul, até a entrada em vigor. (Síntese do processo padrão de tratados comerciais da UE.)
Onde será a assinatura?
Lula indicou que a assinatura deve ocorrer no Brasil vinculada à agenda do Mercosul. A reunião de chefes de Estado tende a migrar para início de janeiro em Foz do Iguaçu, mas a assinatura do acordo foi mantida para 20 de dezembro. Cidades e locais específicos serão confirmados pela chancelaria nas próximas comunicações oficiais.
O que muda para Brasil e Grande ABC
Potenciais impactos
- Indústria e autopeças: expectativa de redução gradual de tarifas, com cronogramas por setor; oportunidade de inserção em cadeias europeias.
- Agro e alimentos: maior acesso a nichos de alto valor (processados, bebidas), mediante cotas e regras sanitárias.
- Compras governamentais, serviços e tecnologia: possibilidade de abertura incremental, com salvaguardas.
- Regras ambientais: dispositivos de sustentabilidade devem orientar comércio e produção.
“Depois que assinar o acordo, vai ter ainda muita tarefa para a gente poder começar a usufruir das benesses desse acordo”, disse Lula.
Posições na Europa
Há apoio de países como Alemanha e Espanha para avançar no pacto, enquanto setores na França mantêm ressalvas sobre padrões ambientais e concorrência agrícola — pontos que continuarão no centro do debate durante a fase de ratificação europeia.
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*Com informações: Agência Brasil
