O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (23) a participação da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro na acareação presencial entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e o general Braga Netto. A audiência será realizada nesta terça-feira (26), às 10h, na sede do STF, em Brasília, no âmbito da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado, conhecida como trama golpista.
A decisão veio após o advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, solicitar acesso à sessão, que será fechada à imprensa e não terá transmissão. Moraes rejeitou o pedido, destacando que a presença das defesas já está garantida por direito.
“Todas as defesas dos co-réus, na presente ação penal, têm o direito de participar das acareações. Julgo prejudicado o pedido”, afirmou Moraes.
Acareação entre Cid e Braga Netto envolve plano golpista
A solicitação para a acareação foi feita pela própria defesa de Braga Netto. Os advogados argumentam que há contradições que precisam ser esclarecidas, especialmente em relação às declarações de Cid sobre o plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía a suposta entrega de dinheiro em uma sacola de vinho e um plano de assassinato de autoridades.
Ambos são réus na ação penal do núcleo 1 da trama golpista. Mauro Cid firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) e tem colaborado com as investigações.
No início de junho, Braga Netto foi interrogado por Moraes e negou qualquer envolvimento com o plano ou o repasse de dinheiro mencionado por Cid. O general também está preso desde dezembro de 2024, acusado de obstrução de Justiça e de tentar acessar depoimentos sigilosos da colaboração de Cid.
Segunda acareação: Anderson Torres e Freire Gomes
Após a audiência entre Cid e Braga Netto, o STF também realizará uma segunda acareação, desta vez entre Anderson Torres — ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF — e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. Essa nova audiência ocorrerá às 11h, também sob condução de Moraes.
Assim como Braga Netto, Anderson Torres é um dos réus do núcleo 1 da trama golpista. A participação simultânea de várias figuras-chave na tentativa de golpe eleva a tensão política e jurídica no país.
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*Com informações: Agência Brasil