Fonte: Rede Brasil Atual
Expectativa é de que o ex-presidente Lula se manifeste na tarde de hoje, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Segundo lideranças, que se reuniram hoje, limite da resistência será dado por ele
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, deverá ter um ato por volta das 16h, enquanto segue a expectativa por um pronunciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente em relação à sua permanência na entidade. Às 17h, termina o prazo fixado pelo juiz Sérgio Moro para que Lula se apresente. As informações em relação a essa decisão são imprecisas, embora a maior parte dos relatos dê conta que o ex-presidente não irá a Curitiba. Os líderes dos movimentos afirmam que a medida dessa resistência será dada pelo próprio ex-presidente.
Na manhã desta sexta-feira (6), representantes das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo se reuniram na sede dos metalúrgicos para discutir os próximos passos – e decidiram que a vigília vai continuar. “Vamos ficar ao lado de Lula, seja qual for a decisão final dele”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas.
“Acho que não temos outro caminho a não ser a resistência”, afirmou no início da tarde a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, que chegou na manhã desta sexta ao ABC, vinda de Brasília. “Vamos resistir até o máximo que puder. Nossa morada é em São Bernardo.”
Ela destacou a realização de diversas atividades pelo país, com fechamento de estradas e manifestações nas capitais e cidades médias, em protesto contra a decretação da prisão de Lula. “Nós não podemos, não devemos aceitar.” Carmen reafirmou que a posição pública do PT e dos movimentos sociais é de apoio ao direito de Lula ser candidato à presidência da República.
O ex-presidente passou a noite no sindicato, que comandou de 1975 a 1981 e que sofreu intervenção da ditadura em 1980, quando ele mesmo foi preso com base na Lei de Segurança Nacional. Por volta das 3h, foi à janela do segundo andar saudar os manifestantes do lado de fora. No saguão, Lula foi abraçado por simpatizantes que se concentraram ali durante toda a noite.
O movimento foi intenso durante toda a noite e na manhã de hoje. Pessoas do meio artístico como Anna Muylaert, Tata Amaral, Ailton Graça, Celso Frateschi, entre outros, estiveram no sindicato. O ex-presidente recebeu telefonemas da cantora Ana Cañas e do cantor e compositor Chico Buarque. Dirigentes sindicais de outras centrais também foram a São Bernardo, como os secretários-gerais da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, e da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio.