Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (21) pela Rede Nossa São Paulo revelou que a segurança é considerada o maior problema da cidade por 74% dos entrevistados. O levantamento, realizado em parceria com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), aponta que outras preocupações significativas são saúde (36%), transporte coletivo (15%), habitação e educação (ambas com 12%).
A pesquisa, intitulada Viver em São Paulo: Qualidade de Vida 2025, entrevistou 700 moradores da capital paulista com 16 anos ou mais, residentes há pelo menos dois anos. Realizada em dezembro de 2024, ela apresenta um nível de confiança de 95% e margem de erro de 4 pontos percentuais.
Sobre a qualidade de vida na cidade, 40% dos entrevistados afirmaram que a situação permaneceu estável nos últimos 12 meses. No entanto, 28% disseram que piorou, enquanto 31% apontaram melhorias. Além disso, 65% declararam que deixariam São Paulo se tivessem oportunidade.
O coordenador geral da Rede Nossa São Paulo e do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, destaca a necessidade de entender essa insatisfação. “São Paulo é a cidade mais rica da América Latina, oferece oportunidades em diversas áreas, mas também enfrenta problemas apontados pela pesquisa”, afirmou. Segundo ele, a segurança, o transporte e a educação são fatores que impactam diretamente o cotidiano dos moradores. “A população entende que os benefícios da cidade não superam os desafios que ela impõe”, completou.
Confiança nas instituições:
A pesquisa também destacou a percepção da população sobre a gestão pública. ONGs, igrejas e associações de bairro foram as instituições mais confiáveis, seguidas por empresas privadas. Já a prefeitura apareceu apenas em quinto lugar.
A gestão da prefeitura foi avaliada como ruim ou péssima por 41% dos entrevistados, enquanto outros 41% classificaram como regular. Apenas 12% consideraram a administração boa ou ótima. A Câmara Municipal também enfrentou críticas: 55% a avaliaram como ruim ou péssima, enquanto 62% afirmaram não querer se envolver na vida política da cidade.
Para Jorge Abrahão, a baixa confiança na política é preocupante. “A população sente que a política não está resolvendo seus problemas. Muitas vezes, interesses privados prevalecem sobre o coletivo, impactando negativamente a confiança da sociedade”, concluiu.
Notas de confiança:
Entre as instituições avaliadas, ONGs tiveram a maior nota média (4,11), enquanto deputados federais e senadores registraram apenas 2,76. Além disso, 55% dos entrevistados lembraram em quem votaram para vereador em 2024, mas a maioria não se recorda dos votos para outros cargos nas eleições anteriores.