Fonte: G1 – Por: Jornal Nacional
Ana Flávia e sua namorada, Carina, estão presas. Primo de Carina disse que o plano era roubar dinheiro e as duas concordaram com a morte da família.
O assassinato da família de São Bernardo do Campo tem agora cinco presos, e um deles acusou de participação no crime a filha do casal e a namorada dela.
A polícia afirma que, a partir da prisão de Juliano Ramos Júnior, deu o passo mais importante até agora na investigação das mortes do casal Romuyuki e Flaviana Gonçalves e do filho deles, Juan Vítor, de 15 anos.
Até então, as duas principais suspeitas de envolvimento no crime eram Ana Flávia, filha do casal, e a namorada dela, Carina Ramos. Elas estão presas desde quarta-feira (29 de janeiro).
Na primeira versão que deram à polícia, afirmaram os pais de Ana Flávia, Romyuki e Flaviana, deviam R$ 200 mil a um agiota e, que, na noite de segunda-feira (27 de janeiro), o casal de comerciantes saiu para pagar parte da suposta dívida.
Os policiais desconfiaram e, baseados no depoimento de uma testemunha que disse ter visto um outro homem na casa, pediram a prisão de Ana Flávia e Carina.
Na sexta-feira passada (31), Carina deu uma nova versão. Contou à polícia que o primo, Juliano de Oliveira Ramos Júnior, a procurou para saber a condição financeira da família de Ana Flávia com a intenção de roubar a residência. Carina afirmou que Ana Flávia e ela não concordaram com o plano e acrescentou que, na noite do crime, o primo e outros dois homens apareceram de surpresa na casa. Ainda segundo Carina, ela e Ana Flávia foram embora do local e não avisaram à polícia porque os criminosos a ameaçaram.
A polícia não acreditou nessa versão, mas as informações sobre Juliano levaram a uma nova etapa da investigação. Na noite de segunda-feira (3), ao ser preso, Juliano contou que cinco pessoas planejaram o crime, entre elas Carina e Ana Flávia.
Juliano disse que a reunião para acertar os detalhes foi no dia 25 de janeiro, dois dias antes do crime. Relatou que ele e dois comparsas entraram no condomínio com Ana Flávia, no carro dela; que estavam atrás de R$ 85 mil que estariam no cofre da casa; e que os criminosos levaram Romuyuki e Juan Vítor – pai e irmão de Ana Flávia – para o andar de cima.
No depoimento, Juliano disse que os dois foram torturados para dar a senha do cofre, mas não sabiam a combinação. O grupo, então, resolveu esperar Flaviana, mãe de Ana Flávia. Ao chegar em casa, Flaviana foi obrigada a ver os criminosos torturarem o marido e entrou em desespero. Os criminosos abriram o cofre, mas não encontraram nada de valor.
Depois disso, Juliano afirmou que o grupo resolveu matar todos, começando por Juan, e que isso foi pedido por Carina e Ana Flávia. Ana Flávia teria concordado para poder ficar com uma suposta herança e um possível seguro de vida dos pais e do irmão.
Pai e filho foram mortos asfixiados e os corpos colocados no porta-malas do carro da família. Ainda segundo o depoimento, a mãe, Flaviana, ficou vendada e foi levada no banco de trás da caminhonete da família, com Carina ao volante. O grupo teria parado num posto para comprar gasolina ou álcool.
Por fim, Juliano contou que Flaviana foi morta por Carina já na estrada onde o carro foi encontrado queimado. Os corpos de Flaviana, Romuyuki e Juan Vítor estavam carbonizados no porta-malas.
“O que eles falam que era um crime patrimonial inicialmente, R$ 85 mil. Mas a gente não sabe se por trás disso daí existia já, por parte da Ana Flávia, a vontade de matar os pais. Essa é a grande questão”, disse o delegado Ronaldo Tossunian, da Seccional de Polícia de São Bernardo do Campo.