
Estudos mostraram que o uso prolongado do hidroclorotiazida pode provocar câncer de pele não-melanoma e de lábio
Uma pesquisa divulgada ontem (04/12) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um alerta sobre o aumento do risco de câncer de pele não-melanoma decorrente do uso cumulativo do hidroclorotiazida, medicação diurética utilizada no tratamento da hipertensão arterial e para controle de edemas.
O estudo encontrou uma possível associação entre o câncer de pele não-melanoma e a exposição ao remédio. A explicação para este resultado estaria nas ações fotossensibilizadoras da hidroclorotiazida, que facilitam a absorção da substância pela pele, podendo atuar como um possível mecanismo para a doença. Além disso, o medicamento em questão também pode estar relacionado ao câncer de lábio.
Segundo o oncologista e phD em oncologia molecular pela Universidade de Porto (Portugal) Ramon Andrade de Mello, o desenvolvimento do câncer com a hidroclorotiazida se dá com o uso crônico do medicamento. “Mesmo que não exista uma exatidão quanto a dose, sabe-se que o remédio pode estar relacionado ao risco do aparecimento da doença”, diz o médico.
Por meio de comunicado, a Anvisa solicitou que os profissionais de saúde informem aos pacientes sobre os riscos, especialmente para aqueles que já fazem uso do hidroclorotiazida em longo prazo. Ramon recomenda que as pessoas verifiquem regularmente a pele quanto a novas lesões e notificar imediatamente o médico sobre qualquer tipo de lesão cutânea suspeita.
Via assessoria