Mais de 400 pessoas participaram do Simulado de Emergência, na manhã desta terça-feira (14/10), na região do Jardim Sonia em Mauá, organizado pelo Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC e Secretaria de Proteção e Defesa Civil da Prefeitura de Mauá. A ação foi desenvolvida no quadrilátero que envolve a rua Zequinha de Abreu, entre as ruas Augusto Carneiro e Vicente Celestino, fechando o trecho na Viela João Carçola. Segundo dados do IBGE, o bairro essencialmente é formado por aposentados e pessoas com idade acima de 60 anos. Vários deles integram a rede de voluntários do Núcleo de Proteção e Defesa Civil (Nupdec) do Jardim Sonia Maria.

“Agradecemos todas as pessoas envolvidas. É importante pensar que a mitigação de emergências só ocorrem quando há organização e conjugação de esforços, trabalho e tecnologia. Assim, é possível buscar o menor sofrimento possível”, explicou o vice-prefeito João Veríssimo.
Tudo começou pouco depois das 9h, quando a simulação de vazamento de uma fumaça alaranjada levou ao acionamento da sirene de alerta, na empresa Braskem.
Conforme o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC), estabelecido pela Lei nº 12.608 de 2012, a coordenação de situações de emergência fica para a autoridade de Defesa Civil, no caso, o secretário de Proteção e Defesa Civil de Mauá, Sergio Moraes, que foi quem acionou as equipes. “Quanto mais a gente treinar, mais seguros vamos estar para enfrentar estas ou outras emergências. É melhor estar preparado para o pior e esperar o melhor”, Todos já sabiam de suas tarefas e protocolos porque sempre é realizado treinamento para as equipes.
Vários voluntários foram de casa em casa, avisando aos moradores sobre a necessidade de evacuar as moradias e se dirigirem para o ponto de apoio, na quadra da Viela João Carçola,
seguindo um trajeto pré-definido como mais seguro. “Sou voluntária e faço parte do Conselho Comunitário Consultivo. Nós conhecemos muito bem as empresas e sabemos como é a segurança que utilizam no trabalho. Este tipo de treinamento é importante para acabar com alguns mitos”, explicou a moradora há 51 anos no bairro, Ivone Garcia.
Simultaneamente, várias viaturas se deslocaram pelas ruas do entorno da empresa: equipes da Defesa Civil, Guarda Civil Municipal, 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros, SAMU, Departamento de Trânsito, Centro de Proteção Animal e Polícia Militar. A partir do ponto das empresas do Polo Petroquímico, as viaturas com os agentes que atuam no Plano de Auxílio Mútuo (PAM) também se dirigiram para a quadra, onde foi montado um espaço para que a coordenação das equipes que atuaram no Simulado pudesse avaliar o andamento e resultado das ações. O coordenador do Cofip, Carlos Roberto Barbeiro, avaliou que “é um treino de tudo aquilo que nós planejamos, dos treinamentos que a gente deu, para a população, para a escola, e materializar, na prática, o treinamento teórico. Saber o que fazer, saber quem aciona, quem em que momento. O segundo grande objetivo é a integração entre os órgãos públicos e os entes privados”, afirmou.
As equipes da Unidade Básica de Saúde do Jardim Sonia Maria colaboraram informando, por exemplo, onde moram acamados e pessoas com mobilidade reduzida, que precisariam de atendimento específico.

Cerca de 300 alunos da Escola Estadual Maria Josefina K. Flaquer participaram na evacuação e se dirigiram para a rua, onde puderam participar de treinamento com equipes do PAM sobre manobras de desengasgamento e com desmaios, por exemplo, que podem salvar vidas. “Achei muito interessante. Achei que os alunos poderiam se deslocar mais rápido”, avaliou a Lorena Silva Correia, de 14 anos, do 9º ano. “Achei importante para a gente aprender o que fazer, porque muita gente mora perto da Petroquímica”, disse Beatriz Egídio, 14 anos e também do 9º ano.
Técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, a Cetesb, também foram os primeiros a chegar. Eles têm a função de identificar informações sobre o produto vazado e a quantidade de gás que estaria disperso, monitorando e fazendo o controle da qualidade do ar. E foram eles que avisaram que o vazamento simulado havia terminado e o ar alcançado índices seguros de qualidade. “Do ponto de vista ambiental, foi extremamente importante. Embora a gente torça para que isso nunca aconteça, para a população envolvida nisso é importante saber quais são os órgãos com que ela pode contar a partir do momento que tem o vazamento. A resposta foi imediata e perfeita”, afirmou o químico da Cetesb, João Carlos Mucciacito.

Também participaram as equipes da Defesa Civil do Estado de São Paulo e de Rio Grande da Serra, Radioamadores ‘Hear”, da Casa Militar, que cederam equipamentos HT que garantem melhor comunicação entre os serviços, Escola de Enfermagem Grau, entre outros.
Fotos: Rogério Lorenzoni