Após 12 dias de intensos combates no Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (23) que um cessar-fogo “completo e total” foi acordado entre Israel e Irã. A trégua deve começar de forma escalonada nas próximas horas e marcar o fim de um dos conflitos mais perigosos da última década na região.
O anúncio foi feito por Trump na rede social Truth Social, onde detalhou que o cessar-fogo será implantado em três etapas: o Irã iniciará a trégua na 12ª hora após o anúncio; Israel fará o mesmo na 24ª hora; e, então, a guerra estará oficialmente encerrada.
“Durante cada cessar-fogo, o outro lado permanecerá pacífico e respeitoso. Partindo do princípio de que tudo funcionará como deveria, o que funcionará”, afirmou Trump.
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Trump celebra acordo e agradece “coragem” de ambos os lados
Trump celebrou a iniciativa e parabenizou Israel e Irã pela “resistência, coragem e inteligência” ao firmarem o acordo. Em tom otimista, afirmou que a guerra poderia ter se estendido por anos e destruído toda a região, mas que, com o cessar-fogo, o mundo foi poupado de um desastre maior.
“Deus abençoe Israel, Deus abençoe o Irã, Deus abençoe o Oriente Médio, Deus abençoe os Estados Unidos da América e Deus abençoe o mundo!”, escreveu o presidente.
Mais cedo, Trump minimizou o ataque iraniano à base americana Al-Udeid, no Catar, afirmando que o governo do Irã havia avisado previamente sobre a ofensiva, o que teria evitado vítimas. Segundo ele, os EUA agora incentivarão Israel a buscar uma saída diplomática.
Conflito se agravou após ataques nucleares
A escalada teve início no último dia 13, quando Israel lançou um ataque surpresa contra o Irã, alegando que Teerã estaria próximo de desenvolver uma arma nuclear. Em resposta, os Estados Unidos bombardearam, no sábado (21), três usinas nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan.
O Irã, por sua vez, retaliou com um ataque de mísseis contra a base americana de Al-Udeid, no Catar, nesta segunda-feira (23). De acordo com o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, foram usados o mesmo número de mísseis que o total de bombas lançadas pelos EUA, em uma “resposta proporcional”.
A base Al-Udeid, maior instalação militar dos EUA no Oriente Médio, abriga aproximadamente 10 mil militares e civis. Nenhuma vítima foi registrada, conforme fontes oficiais americanas.
Irã nega programa nuclear bélico
O governo iraniano insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos e que estava negociando com os EUA um novo acordo dentro dos termos do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Contudo, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vinha alertando para o descumprimento de exigências por parte do Irã — ainda que não tenha encontrado provas concretas da construção de uma bomba.
Em março, o setor de Inteligência dos EUA havia concluído que Teerã não estava produzindo armas nucleares, informação agora contestada pelo próprio presidente Trump.
Israel, que nunca admitiu oficialmente possuir armas nucleares, é apontado por diversas fontes como detentor de cerca de 90 ogivas atômicas, produzidas secretamente desde os anos 1950.