Foi lançado nesta segunda-feira, 24 de março, em Augustinópolis (TO), um aplicativo inédito voltado à gestão da produção e comercialização de produtos derivados do babaçu. A nova ferramenta faz parte de um projeto de inclusão digital que busca fortalecer a autonomia e o protagonismo de jovens e mulheres quebradeiras de coco da região do Bico do Papagaio.
A iniciativa é fruto da parceria entre a Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (ASMUBIP) e a Alternativas para Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO), com apoio do Programa Agora, do Serpro.
Desenvolvido de forma colaborativa, o aplicativo será adotado inicialmente por cerca de 50 mulheres, que passarão por uma capacitação para utilizar a ferramenta na gestão de suas atividades produtivas. O app permite o controle integrado de etapas da produção e comercialização, com registro de dados em tempo real, aumentando a eficiência e a transparência da cadeia produtiva.
“Esse aplicativo vai nos ajudar muito a entender o que a gente não entendia. Eu peguei uma lata de coco por mês, mas eu não sei identificar em algum lugar; eu tiro 30 litros de azeite por mês, mas também não sei registrar; assim como o carvão, o sabão, o mesocarpo. Então, se a gente tem um meio de divulgar nossa produção, que seja bem-vindo. E com essa fé, essa esperança, vamos seguir em frente”, comenta Maria do Socorro Teixeira, coordenadora da ASMUBIP.
Empoderamento e transformação social
Segundo Regina Faria, gerente de Responsabilidade Social do Serpro, o objetivo é fortalecer a governança local, conectando produção e comercialização com apoio técnico e informação.
“A iniciativa não traz apenas inovação tecnológica, mas também oferece uma abordagem mais humanizada para enfrentar os desafios sociais. O aplicativo vai funcionar como uma ponte entre quem necessita de apoio e quem pode oferecer ajuda”, afirmou.
Além do desenvolvimento da tecnologia, o projeto prevê acompanhamento contínuo, oficinas práticas e suporte técnico, garantindo o uso eficiente da ferramenta no cotidiano das participantes.
Efeito multiplicador
O lançamento representa um avanço para as comunidades extrativistas do Tocantins. A expectativa é que o aplicativo funcione como referência regional, com as mulheres capacitadas atuando como multiplicadoras em outros grupos e comunidades agroecológicas do Bico do Papagaio.
Programa Agora
Lançado em 2023, o Programa Agora promove a inclusão sociodigital de grupos vulneráveis. Suas duas frentes de atuação são: Agora 3T, com foco em pessoas trans e travestis; e Agora 2M, voltado para mulheres negras, indígenas e quilombolas. Com investimento inicial de R$ 1 milhão, o programa já impacta diversas comunidades, contribuindo para um Brasil mais inclusivo e tecnologicamente integrado.
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Fonte: Serpro