O ano de 2024 marcou um crescimento expressivo na indústria de eletroeletrônicos no Brasil. Com um aumento de 29% nas vendas em comparação com o ano anterior, o setor registrou a comercialização de 117,7 milhões de unidades de diversos produtos, como televisores, geladeiras, ventiladores e ar-condicionados. Esse avanço foi impulsionado por dois fatores principais: o crescimento econômico e as intensas ondas de calor que atingiram o país.
A combinação entre aumento do emprego, controle da inflação e juros mais baixos facilitou o acesso da população a bens de consumo duráveis. Paralelamente, as temperaturas elevadas impulsionaram a busca por equipamentos que oferecem mais conforto térmico, como ventiladores e ar-condicionados. O Brasil, inclusive, subiu no ranking global de fabricação de ar-condicionados, consolidando-se como o segundo maior produtor do mundo, atrás apenas da China.
Principais destaques do crescimento da indústria
- Crescimento econômico: Aumento da geração de empregos e renda, aliado à redução da taxa de juros, facilitou o consumo de eletroeletrônicos.
- Impacto das ondas de calor: Temperaturas elevadas impulsionaram a compra de ventiladores e ar-condicionados.
- Recorde na produção de ar-condicionados: O Brasil fabricou 5,9 milhões de unidades, um crescimento de 38% em relação a 2023.
- Linha branca e linha marrom em alta: Setores como televisores, geladeiras e fogões registraram números históricos de vendas.
- Perspectivas para 2025: Empresários do setor esperam um crescimento adicional de 10%, dependendo do cenário econômico.
Impacto do crescimento econômico
A expansão da economia brasileira foi um dos principais responsáveis pelo aumento das vendas no setor de eletroeletrônicos. Em 2024, a queda da taxa de juros facilitou o financiamento de bens duráveis, permitindo que mais consumidores pudessem adquirir produtos de maior valor. Além disso, a maior geração de empregos e o controle da inflação fortaleceram o poder de compra da população.
Boa parte dos eletroeletrônicos é adquirida por meio de parcelamentos, e a redução dos juros tornou essas compras mais acessíveis. Jorge Nascimento, presidente da Eletros, ressaltou que esse fator foi crucial para o desempenho do setor. Com preços mais ajustados ao orçamento familiar, mais brasileiros puderam renovar seus eletrodomésticos ou investir em novos equipamentos para melhorar o conforto no dia a dia.
Mudanças climáticas e aumento da demanda
O outro grande fator por trás desse crescimento foi o clima extremo. As ondas de calor registradas ao longo de 2024 geraram uma demanda recorde por ventiladores e aparelhos de ar-condicionado. Esse aumento fez com que o Brasil saltasse da quinta para a segunda posição entre os maiores fabricantes mundiais de ar-condicionado, atrás apenas da China.
A busca por conforto térmico levou as vendas de ar-condicionados a crescerem 38% em relação a 2023, com 5,9 milhões de unidades fabricadas. O aumento nas temperaturas também impactou a procura por outros eletrodomésticos que ajudam a amenizar o calor, como geladeiras e purificadores de água, que registraram crescimento considerável nas vendas.
Crescimento da linha branca
A linha branca, que inclui produtos como geladeiras, fogões, refrigeradores e máquinas de lavar, registrou um crescimento de 17% em 2024, com 15,6 milhões de unidades vendidas. Esse resultado praticamente iguala os indicadores do período pré-pandemia, demonstrando uma recuperação sólida do setor.
A modernização dos produtos também impulsionou as vendas, com consumidores optando por modelos mais eficientes e econômicos. Além disso, o aumento da renda disponível permitiu que mais brasileiros investissem em eletrodomésticos de maior valor agregado, como refrigeradores com tecnologia inverter e fogões inteligentes.
Expansão da linha marrom
A linha marrom, que inclui televisores e sistemas de áudio, também teve um desempenho excepcional. Em 2024, foram comercializados 13,5 milhões de televisores, o maior volume dos últimos 10 anos e a segunda maior produção da história. O crescimento foi de 22% em relação a 2023, impulsionado principalmente por eventos esportivos e avanços na tecnologia de imagem.
O interesse crescente por TVs de alta definição, como modelos 4K e 8K, também ajudou a impulsionar as vendas. Além disso, a popularização dos serviços de streaming e a necessidade de entretenimento dentro de casa mantiveram o setor aquecido.
Perspectivas para o futuro do setor
Apesar dos desafios econômicos, a indústria de eletroeletrônicos projeta um cenário positivo para 2025. Segundo a Eletros, a expectativa é de pelo menos repetir os números de 2024 e, em um cenário mais otimista, alcançar um crescimento de 10%.
Os fatores que podem influenciar esse desempenho incluem a manutenção da estabilidade econômica, com controle da inflação e juros baixos, além de novas inovações tecnológicas que incentivem a troca de aparelhos. Os empresários do setor reforçam a necessidade de políticas econômicas que favoreçam o consumo e garantam um ambiente de negócios saudável para manter esse ritmo de crescimento.
Conclusão
O crescimento da indústria de eletroeletrônicos em 2024 foi impulsionado por uma combinação de fatores econômicos e climáticos. O aumento da renda, os juros mais baixos e a necessidade de adaptação ao calor resultaram em recordes de vendas, especialmente no setor de ar-condicionados.
Para 2025, a expectativa é de manutenção ou crescimento do setor, dependendo da continuidade das políticas econômicas favoráveis. Se as condições se mantiverem estáveis, a indústria poderá alcançar novos recordes, consolidando o Brasil como um dos maiores mercados globais de eletroeletrônicos.
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*Com informações: Agência Brasil